Por Terezinha Nunes O blog Contas Abertas, um dos mais respeitados do país, publicou, há poucos dias, levantamento sobre o badalado Programa de Aceleração do Crescimento –PAC – do Governo Lula, com uma informação surpreendente: apenas 3% das obras prometidas estão concluídas, dois anos depois de iniciado o programa.

E mais, no Nordeste, região que o presidente alardeia como de sua preferência, o percentual não passa de 2%.

Além disso, dos 10.914 empreendimentos previstos, 74% não saíram do papel.

O PAC, como já se suspeitava, não é a maravilha que os comunicados oficiais demonstram.

Além de um amontoado de projetos, muitos que já se encontravam em andamento e foram reunidos para dar a impressão de volume, ele foi concebido com o objetivo de fazer marketing , de forma que os brasileiros imaginassem que o País estava crescendo por obra e graça do Governo Lula Era uma forma de fugir ao lugar-comum do Bolsa Família que rende votos, até ajuda as pessoas mais carentes, mas está longe de representar um projeto de País.

Pensava-se, porém, que o PAC fosse trazer mais rendimentos do que os até agora apresentados.

O Governo reagiu de imediato ao arraso promovido pelo blog na credibilidade do PAC pois o levantamento sobre a extrema morosidade do programa foi, imediatamente, reproduzido pela mídia de Norte a Sul.

Em uma nota confusa, o Palácio do Planalto avisou, de Brasília, que o Contas Abertas tinha feito o levantamento considerando o balanço de 2008 e não o de 2009, pelo menos até agora.

E disse que o percentual de obras concluídas não é de 3% mas 11%.

Falta comprovar a veracidade da informação oficial mas, de pronto, se o próprio Governo diz que pouco mais de 10% foi realizado já dá para perceber que o PAC está andando a passo de tartaruga.

Ao contrário do que dizem os ministros e o próprio presidente, que se intitula pai do PAC, e que já apelidou a ministra Dilma, sua candidata, de mãe do PAC.

Mas, deixando de lado a análise pura e simples do percentual de obras realizadas, o Contas Abertas revela outra informação muito importante para os pernambucanos a quem Lula vem prometendo de tudo.

Imaginava-se que o nosso estado estivesse, em se tratando de PAC, incluído no rol das prioridades.

Mas isso não é verdade.

Os estados mais aquinhoados são São Paulo, com 1051 projetos, seguido de Minas, com 1005 e Bahia com 917.

Além disso esses três estados estão com um percentual de projetos não realizados em volume inferior ao de Pernambuco.

Em São Paulo as obras empacadas representam 74% do que estava previsto.

Em Minas chegam a 77% e na Bahia, a 80%.

Em se tratando de Pernambuco, dos 679 projetos prometidos para o nosso estado só 2% foram concluídos e 86% - percentual altíssimo – se encontram emperrados.

Não romperam o patamar da burocracia.

Pernambuco, na verdade, ocupa o segundo lugar no ranking dos estados que têm maior percentual de projetos não realizados.

Só ganha para o Piauí cujo percentual de fracasso é de 87%.

Quem diria que Pernambuco estava em situação tão vexatória?

Talvez isso explique o fato de a ministra Dilma Rousseff vir tanto ao nosso estado muito mais para participar de festas, como carnaval e São João, do que inspecionar obras.

Se ela é a mãe do PAC e se Pernambuco fosse prioridade era natural que ela aqui ficasse dias inteiros vendo os resultados do seu esforço e não apenas posando para fotos, como tem ocorrido.

PS: Terezinha Nunes é deputada estadual do PSDB