Cerca de 200 indígenas xukuru, representantes de organizações não-governamentais, universitários e parlamentares se reúnem nesta sexta-feira (5) em ato público.
O povo indígena xukuru (situado em Pesqueira, Sertão do Estado) denuncia que atravessa processo de criminalização há mais de uma década por causa da reconquista da terra, homologada em maio de 2001 como território indígena.
O último fato que motivou o ato público foi a condenação pela 16ª.
Vara da Justiça Federal em Caruaru/PE do cacique Marcos Xukuru e de outros indígenas da mesma etnia, denunciados pelo Ministério Público Federal em Pernambuco.
Advogados, organizações de defesa dos Direitos Humanos e parlamentares contestam a análise crítica da investigação policial.
Marcos foi condenado na ação que trata de um conflito ocorrido em 2003, dentro da terra Xukuru, Agreste de Pernambuco.
A sentença foi publicada no dia 21 de maio, apesar do depoimento de uma testemunha de defesa de Marcos, o deputado federal Fernando Ferro (PT/PE) estar marcado para dias depois (28 de maio) em Brasília.
A concentração para o ato público acontece, às 14h, no Parque Treze de Maio, em frente a Câmara de Vereadores do Recife, no Bairro da Boa Vista, Centro do Recife.
Do local, os manifestantes partem em caminhada até o Tribunal Regional Federal 5ª Região, localizado no Cais do Apolo, no Bairro do Recife.
Além do cacique a 10 anos e quatro meses de prisão, os indígenas Paulo Ferreira Leite, Armando Bezerra Coelho, Rinaldo Feitosa Vieira e Ronaldo Jorge de Melo foram condenados a quatro anos e oito meses de reclusão.
Outros 26 Xukuru já haviam sido condenados, em janeiro de 2009, também acusados de participar do mesmo conflito.
Os advogados dos indígenas recorreram da decisão ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, em Recife.
Os Xukuru aguardam o julgamento do TRF em liberdade, exceto Rinaldo Vieira, que está preso desde 2008 acusado, sem provas, de envolvimento num assassinato.
Atualmente, pelo menos 43 Xukuru estão sendo processados; dois estão presos; 31 foram condenados e os outros dez aguardam julgamento.
Os interesses de elites políticas e econômicas da região estão por trás da tentativa de desestruturar os Xukuru, por meio da criminalização de suas lideranças.
Esse processo foi denunciado, em março de 2009, à Organização dos Estados Americanos (OEA).