De Giovanni Sandes/JC A construção da Cidade da Copa, em Pernambuco, talvez seja o maior desafio na área de infraestrutura já enfrentado por um governo no Estado.
Avaliada em R$ 1,6 bilhão, por enquanto apenas o estádio previsto para São Lourenço, estimado em R$ 500 milhões, já tem oficialmente um interessado: a Odebrecht.
O governo precisa esperar a construtora confirmar se de fato tocará a empreitada e ainda encontrar grupos para o restante dos projetos privados, que somam R$ 970 milhões.
A crise financeira é um fator muito relevante na discussão, diz o consultor Alexandre Mota.
Ele trabalha na BSH International, a maior consultoria de turismo do País, com clientes como a gigante Starwood Hotels & Resorts Worldwide e o Grupo Sol Meliá, entre muitos outros grupos hoteleiros, fundos de pensão e construtoras.
O projeto pernambucano prevê R$ 220 milhões em hotéis e serviços e R$ 750 milhões em um residencial com 9 mil moradias. “A iniciativa privada ficará feliz caso o investimento seja rentável.
Mas é preciso pensar até que ponto uma rede hoteleira vai colocar um hotel só para o pico de clientes da Copa.
A localização é muito importante”, sublinha Alexandre. “Além do problema da sustentabilidade do investimento, a engenharia financeira é um problema.
O dinheiro está muito caro.
Há uma baixa liquidez de recursos no mundo”, observa.
O secretário de Turismo, Sílvio Costa Filho, cita o esperado PAC da Copa, prometido pelo governo federal, e a parceria público-privada (PPP) em estudo com a Odebrecht, para o estádio, como indutores de investimentos privados. “O governo está muito ciente da responsabilidade, até porque temos prazos.
Poderíamos perder a sede se tudo não ficar pronto (até 31 de dezembro de 2012).
Mas isso não vai acontecer”, comenta Sílvio.