(Foto: Elza Fiúza/ABr) Da Capa Dois/JC BELO HORIZONTE – O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, sugeriu ontem que o PDT poderá se alinhar a uma eventual candidatura presidencial do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), caso ele consiga se viabilizar como presidenciável tucano.

Após um encontro com o mineiro no Palácio Mangabeiras, Lupi observou que o PDT integra a base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não tem compromisso com a pré-candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). “Uma coisa não tem necessariamente nada haver com a outra”, enfatizou o ministro, que é presidente licenciado do PDT. “Quando assumimos o governo e aceitamos a honrosa missão que o presidente Lula nos deu, ser ministro de Estado do Trabalho e Emprego, aceitamos com o compromisso de base de apoio do governo.

Em nenhum momento nós discutimos a sucessão presidencial”.

O encontro com Lupi – confirmado na noite de segunda-feira, após a divulgação da agenda oficial do governador – serviu para reforçar um dos principais argumentos de Aécio na disputa interna que trava com o colega paulista José Serra: a capacidade de aglutinar mais apoios, inclusive de partidos que hoje estão na base de sustentação do Planalto.

O ministro disse que o PDT vai aguardar primeiro a decisão do PSDB, respeitando o processo interno do partido, mas condicionou uma “reavaliação” do atual quadro eleitoral para 2010 à escolha do tucano mineiro.

Lupi salientou que é amigo de Dilma desde a fundação do PDT e que não tem “dificuldade pessoal” com a ministra. “Agora, a questão não é só de simpatia, não é só de afinidade.

A questão é de política e política se decide em cima dos fatos.

O PSDB ainda não tem seu candidato escolhido.

Falei e volto a afirmar: o governador Aécio Neves sendo o candidato escolhido pelo PSDB muda tudo no quadro nacional”.

SERRA O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), usou ontem um ditado popular para descrever sua avaliação sobre a disputa presidencial de 2010. “Muita água ainda vai passar debaixo dessa ponte’, afirmou Serra, em uma inauguração no interior do Estado.

As mais recentes pesquisas de intenção de voto mostram o governador na liderança, mas ele tem cada vez mais perto a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, principal nome do Palácio do Planalto à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As declarações de Serra contra a discussão de candidaturas para a eleição de 2010 têm sido frequentes.

Ele argumenta que colocar em pauta o assunto neste momento “prejudica a administração pública no Brasil”.

No mês passado, o tucano chegou a acusar diretamente o governo federal e o PT por esse movimento.