Por Gilvan Oliveira, de Política / JC O procurador-chefe do Ministério Público de Contas (MPC), Cristiano Pimentel, enviou ontem ofício ao procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão, do MPPE.
Solicitou investigação sobre a eventual participação da deputada estadual Elina Carneiro (PSB) na denúncia de falsificação da assinatura de um procurador de Jaboatão dos Guararapes.
Para Pimentel, como a parlamentar aparece como beneficiária de um acordo supostamente fraudulento, recairia sobre ela suspeitas que deveriam ser apuradas.
Como deputada, Elina tem a prerrogativa de só ser processada na esfera criminal pelo procurador-geral de Justiça.
Segundo Pimentel, Varejão também teria poderes para representá-la à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, para apurar uma eventual falta de decoro parlamentar no caso.
A assessoria de Varejão informou que ele só vai se pronunciar quando receber o ofício.
Cristiano Pimentel também enviou um ofício ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), Jayme Asfora.
Pediu investigação sobre a participação do advogado de Elina, Mário Gil Rodrigues.
Como há indícios de crime, a participação de Gil deveria ser avaliada pelo Conselho de Ética da entidade, entende Pimentel.
Em entrevista ao JC anteontem, Gil negou irregularidades.
A assessoria de Asfora também informou que ele só vai se pronunciar após o recebimento do ofício.
O representante do MPC afirmou que sua intenção é tornar efetiva a condenação do TCE, para a deputada ressarcir o erário de Jaboatão. “Nós do MPC fizemos essa denúncia e o TCE acatou.
Estamos agora buscando a efetivação da decisão e a punição de quem tentou burlar os órgãos de fiscalização”, afirmou.
SILÊNCIO Elina foi procurada pessoalmente ontem na Assembleia, para tratar das denúncias, mas ela não compareceu à sessão plenária nem esteve no gabinete.
O JC também tentou contatá-la pelo celular.
Atendeu uma assessora, identificando-se como Patrícia.
Ela informou que Elina estava em reunião e que ela retornaria a ligação, o que não aconteceu.