De Política/JC O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Newton Carneiro (PRB) sofreu uma derrota, ontem, na Câmara de Vereadores do município, em uma sessão tumultuada.
Longe do poder e fragilizado politicamente, Newton viu as contas relativas ao exercício financeiro de 1997 – primeiro ano do seu primeiro mandato – serem rejeitadas pelos vereadores.
O ex-prefeito precisava de 14 votos para derrubar o relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que sugeria a rejeição.
Mas só obteve dez.
Nove seguiram a posição do tribunal.
Já o ex-prefeito Fernando Rodovalho (PRTB) teve mais sorte.
Quinze vereadores concordaram com o relatório do TCE, que aprovou com ressalvas as suas contas de 2000.
Newton permaneceu calado durante quase toda a sessão.
Quando o vereador Joás da Muribeca disparava da tribuna duras críticas à deputada Elina Carneiro (PSB), a um metro e meio de distância de Newton, o ex-prefeito – pai da parlamentar – apenas escreveu um bilhete ao vereador em que dizia que a Justiça iria decidir sobre as ações da sua filha.
Newton só rompeu o silêncio para ir à tribuna se defender, mas mostrou despreparo.
Preferiu argumentar que o processo deveria ser prescrito, sem citar nenhum argumento técnico ou jurídico. “Nesses 12 anos muita coisa mudou em relação às contas de prefeitos e governadores”, disse, de forma vaga, antes de pedir a suspensão da votação.
O presidente da Câmara e ex-líder do governo de Newton, Manoel Pereira Neco (PSC), negou o pedido, amparado no regimento.
O ex-prefeito também não rebateu nenhuma das 24 recomendações que o TCE fez para rejeitar as contas e acusou o tribunal de “perseguição política”. “Isso é para atrapalhar minha candidatura a deputado no próximo ano”, disse.
Newton não chegou a concluir o primeiro mandato de prefeito em Jaboatão.
Renunciou e uma intervenção foi decretada.
Caso o ex-prefeito seja mesmo candidato em 2010, a decisão de ontem pode motivar o Ministério Público Eleitoral (MPE) a pedir a sua inegibilidade, como ocorreu com outros ex-prefeitos no ano passado.