Por Inês Andrade e Manoel Medeiros / JC Depois de três horas e meia de reunião, na noite de ontem, com os vereadores da base aliada, o prefeito João da Costa (PT) falou em “ajustes” e “medidas” que garantem melhor articulação entre o governo e o grupo da situação.
Costa anunciou que participará de eventos como o de ontem, realizado no Recife Praia Hotel, a cada dois meses e prometeu que contemplará todos os partidos da base.
O encontro, realizado a portas fechadas, ocorreu depois das manifestações de insatisfação da bancada, que pedia mais diálogo e informações ao governo.
João da Costa informou que foram discutidas medidas para “ajustar aquilo que precisa para a bancada ficar melhor do que está hoje”.
Entre os ajustes, está o processo de transmissão das informações entre os líderes e vice-líderes e os demais vereadores.
Segundo o prefeito, esse processo precisa ser mais ágil.
Foram traçadas também estratégias de reuniões da bancada e de encontros com o gestor. “Nós devemos fazer a cada dois meses reunião do prefeito e a bancada”.
O prefeito minimizou as reclamações dos aliados e as considerou como naturais para início de governo e para uma bancada nova.
Sobre as críticas dos vereadores do PHS e PTC por um maior espaço dos partidos no governo, o prefeito declarou que todos serão contemplados. “Certamente todos vão estar contemplados.
Isso é uma questão de encontrar lugar para o perfil de cada um (dos indicados pelos vereadores).
Mais alguns dias, a gente consegue concluir esse trabalho”.
Para Josenildo Sinésio (PT), líder da bancada governista e um dos porta-vozes encarregados de anunciar o resultado da reunião, o encontro foi “bastante positivo”.
Apesar de até ontem Sinésio não ter admitido a desarticulação do grupo nesses cinco primeiros meses de administração, o líder reconheceu que os vereadores “cobraram por mais informação”.
Representante dos vereadores governistas novatos que aumentaram o tom de voz pela falta de integração com a PCR, Edmar de Oliveira (PHS) também adotou o discurso da paz. “A reunião foi muito boa.
Até agora o que faltou foi entrosamento e, com as informações que serão repassadas, nós vamos participar mais”, argumentou Edmar, acrescentando que o prefeito chegou a se desculpar com o grupo. “Ele (Costa), até mesmo se desculpou por estar afastado, sentiu a dificuldade”, avaliou.
Questionado se a participação no governo foi discutida, o vereador negou: “Não se falou, foi uma reunião geral.” No evento, todos os parlamentares apresentaram seus questionamentos.
Dos 30 vereadores que apóiam o governo João da Costa, seis faltaram ao encontro: Múcio Magalhães (PT) - presidente da Câmara -, Augusto Carreras (PV), Francismar Pontes (PTB), João Arraes (PSB), Luiz Vidal (PSDC) e Marília Arraes (PSB).
Vidal está de licença da Câmara por problemas de saúde e Marília Arraes, que é vice-líder do governo, está na Alemanha.
O Diário Oficial do Legislativo divulgou ontem autorização da mesa diretora para a parlamentar realizar viagem de “ordem pessoal” ao longo de 17 dias.