Participação da Qualix na licitação não é descartada.

Enquanto isso, lixo se acumula (Foto: Alexandro Auler/JC Imagem) A Prefeitura do Recife (PCR) está consultando diversas empresas para a coleta do lixo do Recife.

Mas, até agora, nenhuma deu resposta concreta.

A procura é para um contrato de até seis meses a partir do dia 9 de julho, quando termina o contrato emergencial com a Qualix.

A empresa coletou o lixo do Recife por cinco anos e teve o contrato renovado em caráter emergencial, no início deste ano. “Estamos consultando várias empresas, estudando os cenários.

A área técnica está fazendo análise de custos”, afirmou o presidente da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), Carlos Muniz.

Questionado sobre como andam as consultas, Muniz admitiu que houve, no máximo, promessas de análise. “Resposta concreta ainda não chegou”.

A participação da Qualix na seleção da empresa temporária e na escolha da responsável pela coleta de lixo para os próximos cinco anos não está descartada.

A data para entrega de propostas para novo contrato de cinco anos, de acordo com edital publicado no Diário Oficial do último sábado (30), é 7 de julho. “Se não houver problema nenhum, em 60 dias (contados a partir do dia 7 de julho), sabe-se o nome da empresa vencedora”, contabilizou o secretário de Serviços Públicos do Recife, José Humberto Cavalcanti.

Um contrato temporário é necessário para suprir o espaço de tempo entre a entrega das propostas e o início efetivo da empresa vencedora.

A proposta para o novo contrato é de R$ 119.147.284,20 para o Lote 1 (30% da cidade) e de R$ 449.120.282,20 para a empresa que ficar responsável pelo Lote 2 (70% da cidade).

O valor é 45% maior que aquele estabelecido pelo contrato de 2003 (vencido pela Qualix) e 32% superior ao que é pago hoje, de forma emergencial.

Carlos Muniz justifica o aumento com mudanças econômicas e com novas exigências do contrato.

Economicamente ele ressalta o PIS, que passou de 0,60% para 1%, o Cofins, que subiu de 3% para 6%, o aumento de insumos, como gasolina, e a incorporação do salário mínimo.

Dentre as novidades do contrato estão o aumento de 30% no número de equipamentos, acréscimo de 10% para 20% na reserva técnica (equipamentos reservas), contratação de aproximadamente 400 novos funcionários, por exemplo.

O contrato engloba coleta seletiva e de lixo domiciliar, varrição, raspagem, capinação, pintura de meio, lavagem de vias e mercados públicos e a limpeza de faixa de areia nas praias.

A Emlurb determina uma meta contratual de trabalho para cada funcionário desses serviços.

Hoje, cada varredor, por exemplo, tem que percorrer, em média, 3.200 metros por dia de trabalho.

Pelo novo contrato, a média cai para 2.600 metros por dia.

Os veículos terão uma fiscalização mais rígida, promete a PCR.

Toda a frota de veículos operacionais (caminhões compactadores, carros-pipa, veículos de fiscalização e de poda) terão sistema GPS.

Assim, os técnicos vão fiscalizar o trabalho em tempo real.

Outra novidade é relativa à coleta seletiva.

Além dos 45 bairros do Lote II que já são contemplados, outros oito bairros do Lote 1 passarão a ter recolhimento especial para material reciclável.

São eles: Jardim São Paulo, Cidade Universitária, Várzea, Estância, Areias, Barro, Iputinga e Caxangá, considerados grandes produtores de resíduos recicláveis.

O contrato, porém, não contempla a ampliação do número de coletores desse tipo específico de lixo.

Uma nova modalidade de coleta será implantada em mercados públicos e em locais onde o caminhão compactador não consegue chegar.

Trata-se da Coleta Satélite, pela qual garis fazem a coleta manual e depositam os sacos num ponto onde o caminhão passa.

A diferença é que o caminhão chegará em, no máximo, duas horas depois que os sacos forem deixados.

A prefeitura promete intensificar a varrição em áreas turísticas e de interesse público.

Veículos menores passarão a dar suporte a esse serviço.

Esta é a segunda vez que o edital para contratação de empresa para coleta de lixo é lançado em menos de um ano.

A última vez foi em dezembro de 2008, mas o Tribunal de Contas do Estado (TCE) cancelou o processo licitatório.

Ontem, o novo edital foi encaminhado ao TCE.

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