Do Estadão O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu adiar o julgamento que vai definir se será aberta ou não uma ação penal contra o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP).

Virtual candidato do PT ao governo de São Paulo, Palocci foi investigado por suspeita de violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

O adiamento da decisão atrapalha o cronograma do PT para a eleição do próximo ano.

Se o STF concluísse rapidamente que Palocci não teve participação na quebra ilegal do sigilo, o parlamentar estaria livre das acusações e poderia começar a trabalhar com mais força, dentro do PT, pelo lançamento de sua candidatura ao governo paulista.

Além de possível candidato ao governo de São Paulo, Palocci é citado com frequência como a segunda alternativa do PT à disputa pelo Palácio do Planalto no caso de a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, não concorrer à Presidência.

O julgamento do inquérito estava previsto para ocorrer na próxima quinta-feira no STF.

Mas foi adiado porque o tribunal não estará com o seu quórum completo.

O ministro Carlos Alberto Menezes Direito está de licença médica até o final de junho porque se submeteu a uma cirurgia no pâncreas.

Um outro integrante do tribunal adiantou que não poderá participar da sessão de quinta.

Pela importância política do julgamento, o STF quer que a decisão seja tomada com a presença de 10 ministros.

A quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa provocou a saída de Palocci do Ministério da Fazenda, em março de 2006.

Três semanas antes, o Estado tinha publicado uma entrevista na qual Francenildo Costa falava sobre festas e suspeitas de partilha de dinheiro em uma mansão no bairro de classe alta de Brasília Lago Sul, em Brasília, envolvendo um assessor de Palocci e empresários que haviam celebrado contratos com a prefeitura de Ribeirão Preto.

O local ficou conhecido como a República de Ribeirão Preto.

Segundo o caseiro, Palocci, que foi prefeito de Ribeirão Preto, frequentava a casa.

Dias depois, Francenildo Costa teve o seu sigilo bancário violado.