Da Agência Estado Os indícios de que a economia global estaria se estabilizando e o fluxo intenso de investidores estrangeiros levaram a Bolsa brasileira a encerrar seu terceiro mês consecutivo de ganhos - o quarto no ano.
Neste trimestre azul, o principal índice do mercado acionário registrou ganhos de 39,32%, acumulando elevação de 41,67% em 2009 - a Bovespa caiu apenas em fevereiro, 2,84%.
Hoje, a indefinição em Wall Street e uma realização de lucros (venda de ações para recuperar ganhos) fizeram o Ibovespa - índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa - operar a maior parte do dia em baixa, mas a recuperação em Nova York nos últimos minutos fez a Bovespa virar nos ajustes finais.
O Ibovespa registrou alta de 0,30%, aos 53.197,73 pontos, maior nível desde 3 de setembro do ano passado (53.527,00 pontos).
Na semana, acumulou +5,20% e, em maio, 12,49%.
Na mínima do dia, hoje, registrou os 52.432 pontos (-1,15%) e, na máxima, os 53.806 pontos (+1,44%).
O giro financeiro disparou no finalzinho da sessão e acabou registrando o melhor desempenho de 2009, de R$ 8,191 bilhões.
O dólar rompeu nesta sexta-feira, 29, a barreira dos R$ 2,00 ao fechar em queda de 1,94%, cotado a R$ 1,970.
O valor é o menor desde 1º de outubro de 2008.
As cotações já começaram o dia abaixo de R$ 2,00.
Na abertura dos negócios, a moeda norte-americana foi vendida a R$ 1,9780 e desde então ficou em queda.
Mais uma vez o Banco Central entrou no mercado para comprar dólares e conter a queda da moeda norte-americana.
Cenário A Bovespa abriu a sessão em alta, dando continuidade ao movimento da véspera, que a conduziu ao maior patamar de fechamento desde 19 de setembro do ano passado.
Vários indicadores na Ásia, Europa, EUA e Brasil justificavam tal comportamento.
Mas alguns investidores estavam procurando algum pretexto para embolsar parte dos lucros.
E ele veio em outros números, também dos Estados Unidos.
Do lado negativo, entram na conta a queda inesperada do índice de atividade industrial na região de Chicago (recuou para 34,9 em maio, ante 40,1 em abril, sinalizando contração mais severa da economia), e a primeira revisão do PIB do primeiro trimestre dos EUA (-5,7%, ante 5,5% estimados), embora a primeira estimativa tenha sido ainda mais severa (-6,1%).
Esses números mais fracos não foram suficientes para marcar uma tendência bem definida às bolsas norte-americanas, que oscilaram muito entre altas e baixas durante a sessão e, no final, o sinal positivo predominou.
O Dow Jones terminou em elevação de 1,15%, aos 8.500,33 pontos, o S&P, de 1,36%, aos 919,14 pontos, e o Nasdaq, de 1,29%, aos 1.774,33 pontos.
A favor das ações, a recuperação melhor do que a esperada do índice de sentimento do consumidor de Michigan, nos EUA.
No resto do globo, outros indicadores vieram bons.
O Japão informou que sua produção industrial teve o melhor desempenho desde 1953 (+5,2% em abril ante março); o PIB da Índia cresceu 5,8% no primeiro trimestre do ano (quarto trimestre fiscal do país) na comparação com mesmo período de 2008, superando as previsões dos analistas, de aumento médio de 5%.
As vendas no varejo da Alemanha aumentaram 0,5% em abril ante março, quando a previsão era retração de 0,1%.
E, no Brasil, a FGV divulgou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 6% em maio ante abril, de 84,5 pontos para 89,6 pontos, na série com ajuste sazonal.
Também houve recuperação no Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci) da indústria, que subiu para 79,2% em maio, ante 78,3% em abril.
Um profissional de um grande banco doméstico comentou que a tendência para a próxima semana é de alta, refletindo indicadores que serão divulgados no domingo na China e para os quais ele espera bons resultados.
A alta do petróleo no exterior hoje serviu apenas para impedir um tombo maior às ações da Petrobras, que fecharam com variação negativa bem inferior à vista nos papéis da Vale.
Petrobras ordinária (ON, com direito a voto) perdeu 0,78% e Petrobras preferencial (PN, sem direito a voto), 0,58%.
O contrato do petróleo para julho terminou em alta de 1,89% na Nymex, a US$ 66,31 o barril.
Vale ON, -1,96%, e Vale PNA, -1,22%.
A mineradora confirmou hoje que demitirá entre 250 e 300 funcionários a partir de junho, entre trabalhadores aposentados que ainda estão na ativa e empregados próximos à aposentadoria.