Uma prévia do duelo que pode ocorrer nas eleições de 2010 entre o governador Eduardo Campos (PSB) e seu principal oponente, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), já começa a ser desenhada.

Ontem, Eduardo, que sempre tenta se esquivar do debate político eleitoral em público, rebateu, em entrevista a Geraldo Freire, na Rádio Jornal, as críticas do ex-governador à sua gestão, reforçando a tese de que teria recebido uma herança maldita do antecessor.

Em entrevista ao blog Política&Cia (www.chicobruno.com.br), reproduzida no estado com exclusividade pelo Blog de Jamildo (www.blogdejamildo.com.br), Jarbas declarou que a saúde e a segurança pública pioraram no atual governo e que o que “andou” se deve às ações plantadas nas suas duas gestões (1999-2006).

Eduardo afirmou que a “resposta” a Jarbas é o trabalho que a atual administração vem fazendo.

O governador rebateu uma a uma as críticas do senador.

Na segurança pública, Eduardo frisou ter encontrado “uma polícia com efetivo insuficiente, sem um projeto estratégico de enfrentamento da violência”.

Em maio de 2007, o governo Eduardo lançou um plano, chamado Pacto pela Vida.

A meta de redução anual da taxa de homicídios foi fixada em 12%.

Mas ainda não foi atingida, embora o governo tenha registrado quedas.

No primeiro ano de avaliação do projeto, 2008, a redução da taxa de homicídios ficou em 6,9%.

Em 2009, a queda foi de 2,2%.

Na saúde pública, Eduardo destacou algumas ações.

Enfatizou que sua gestão colocou o Hospital do Câncer “para funcionar”, pois “estava fechado”, que recuperou o Pronto-Socorro Cardiológico (Procape), e tem reestruturado hospitais da rede pública.

De projetos novos, Eduardo citou que a atual gestão está concluindo a construção do Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes, em Paulista (um dos três hospitais prometidos na campanha ao governo em 2006) oito Unidades de Pronto-Atendimento.

Na entrevista de ontem, o governador voltou a criticar os políticos que, na opinião dele, não votaram pela prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) por pirraça.

E calculou que Pernambuco receberia o dobro dos R$ 800 milhões enviados hoje, todos os anos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), caso a CPMF tivesse sido mantida.

O projeto do governo Lula de prorrogar o imposto foi derrotado no Congresso em dezembro de 2007, numa articulação da oposição.

Na quarta-feira, em eventos com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no Recife, o governador fez a mesma crítica à oposição.

Ontem, na Rádio Jornal, Eduardo elogiou a posição do senador Sérgio Guerra (PSDB), que defendeu a renovação do tributo.

Mas alfinetou Jarbas, sem citar o nome. “Perdemos (a CPMF) porque teve senadores que votaram contra essa proposta.

Infelizmente, alguns senadores jogaram na disputa política um assunto tão sério como esse da saúde.” No contra-ataque, Jarbas disse, ontem, por meio de nota enviada ao JC, que “todos os governos deveriam ter adequado seus orçamentos a esta nova realidade (sem CPMF)”. “A não-renovação da CPMF foi a única redução de imposto que ocorreu no País em anos.

Além do mais, quando era deputado federal e estava na oposição, o atual governador votou contra a CPMF”.