A Comissão de Meio Ambiente da Câmara do Recife, presidida pelo vereador Daniel Coelho, duvida que a instalação do centro de triagem de resíduos sólidos, da Concessionária Recife Energia, previsto para ser construído no Engenho Uchôa, seja compatível com o local, na divisa dos municípios do Recife e Jaboatão, às margens da BR 101 Sul.

O entendimento é de que a área é de Preservação Ambiental (Apa) porque tem resquícios de Mata Atlântica, é próxima do Rio Tejipió, e conta com o agravante de que a circunvizinhança tem vocação habitacional e comercial.

Em reunião realizada nesta quinta-feira (28), a Comissão agendou audiência pública para discutir o tema.

Ela será realizada em 30 de junho, às 9h.

Estão sendo convidados o secretário de Serviços Públicos do Recife, José Humberto; o diretor de Meio Ambiente do Recife, Mauro Buarque; representantes da Companhia de Preservação Ambiental e de Recursos Hídricos (CPRH), do Consórcio Recife Energia, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), do Ministério Público Ambiental e do II Comando Aéreo.

O II Comar teme que o centro de triagem possa atrair urubus para a rota das aeronaves.

O vereador Daniel Coelho (PV) disse que “a ideia da audiência pública é ouvir os órgãos técnicos para saber se há prejuízos ambientais na instalação do centro”.

Segundo ele, moradores dos bairros do Ibura e do Barro – onde o centro de triagem será localizado – estão procurando a Câmara Municipal, preocupados porque a área verde será prejudicada.

Uma audiência pública do Ministério Público Ambiental, na última quarta-feira (27), para discutir o tema, concluiu que somente um parecer técnico da CPRH, com a concessão ou não da licença ambiental, pode determinar a instalação do centro de triagem no Engenho Uchôa.

A construção do centro de triagem está prevista no contrato número 23/2008, assinado entre a Prefeitura do Recife e a Concessionária Recife Energia.

Ele prevê a instalação de três galpões no Engenho Uchôa, para destino parcial dos resíduos, que passariam por triagem.

Depois disso é que o restante seria levado para a usina a ser construída no Cabo de Santo Agostinho, para transformação do lixo em energia.

Pelo contrato, o local previsto para o centro de triagem deveria ser a Guabiraba.

Mas a Recife Energia entrou em entendimentos com as prefeituras do Recife e de Jaboatão para transferi-lo para o Engenho Uchôa.

Segundo a Comissão de Meio Ambiente, a mudança atende a interesses empresariais, pois reduz os custos do transporte.

Mas não atende aos interesses ambientais.