Por Renato Lima, de Economia /JC A Agência Nacional de Petróleo (ANP) prevê investir em pesquisa para a prospecção de óleo em Pernambuco R$ 50 milhões nos próximos quatro anos.
As pesquisas se concentrarão no agreste pernambucano, próximo à divisa com Alagoas, na bacia Jatobá, e também no Araripe.
Mas o órgão regulador reconhece que nem todos os recursos poderão ser utilizados, pois há muitas restrições ambientais, que dependeriam de autorização do Ibama.
Das três áreas apontadas como promissoras, uma delas, a bacia Pernambuco-Paraíba com blocos marítimos, já possui três blocos adquiridos por um consórcio da Petrobras-Galp Energia.
No momento, os blocos estão passando por estudos sísmicos.
As duas áreas em terra – a bacia do Araripe e a do Jatobá – receberão recursos da ANP para aumento da pesquisa.
A ANP aloca recursos para pesquisa e, se o resultado for promissor, coloca blocos à venda nas rodadas de licitação, podendo ser adquirido por operadores em busca de petróleo. “Mais de 75% dessas áreas são pouco conhecidas.
Só o aumento do conhecimento poderá viabilizar a atratividade dessas fronteiras exploratórias”, afirmou a geóloga da ANP Lisa Marie Ribeiro, da superintendência de definição de blocos.
Ela, junto com outros integrantes da ANP, estiveram ontem no Estado no seminário ANP Itinerante, realizado no auditório do Senac.
Se a bacia Pernambuco-Paraíba foi colocada em leilão na 8ª Rodada, outras áreas esperam ter mais estudos para poderem também ser colocadas na vitrine da indústria petrolíferas.
E elas estão em regiões carentes, que poderiam ser beneficiadas com a geração de empregos e pagamento de royalties.
Um desses casos é a bacia do Jatobá, que abrange municípios como Manari, Inajá e Buíque.
Na bacia de Jatobá, a ANP reestudou as informações que tinha e planeja novos investimentos. “Nós contratamos um reprocessamento das linhas sísmicas da área, o que melhorou muito a qualidade.
E um serviço proposto para essa bacia é a previsão da perfuração de um poço estatigráfico.
A provável localização é próximo a um outro poço que atingiu a profundidade de 2.900 metros, mas não atingiu o objetivo.
A ferramenta que fez essa perfuração ficou presa dentro do poço e ele foi abandonado”, afirma.
No caso do Araripe, a ANP espera investir este ano R$ 3 milhões para a realização de novos estudos, incluindo um trabalho geoquímico.
No entanto, para conseguir viabilizar tais estudos será necessário não sofrer com a burocracia das liberações de licenças e o contingenciamento de recursos.
A quase totalidade da bacia do Araripe está numa área considerada de preservação e a bacia do Jatobá tem áreas indígenas. “A sub-bacia de Pernambuco em terra é considerada uma fronteira exploratória, mas está praticamente inviabilizada pelas restrições ambientais e antropogênicas.
Apresenta uma pequena área passível de exploração.
Em mar, algumas áreas são promissoras”, avaliou a especialista em sua apresentação.
INTERDIÇÃO Mais uma vez prometendo reduzir os índices de adulteração de combustíveis em Pernambuco, a ANP inaugurou ontem um ponto de apoio à fiscalização no Estado, alocando três fiscais para a tarefa. “Essa ação está dentro de um objetivo geral: aproximar a ANP do consumidor, do mercado”, explicou o diretor Allan Kardec Duailibe. “Realmente temos poucos escritórios no Brasil.
Não temos condições ainda, por exemplo, de ter um escritório aqui por causa de recursos humanos.
Enquanto a gente não consegue, colocamos um posto avançado”, afirmou.
Ontem, em fiscalização, a ANP interditou um posto bandeira branca em Olinda por irregularidade na gasolina.
De acordo com Duailibe, a meta da agência para Pernambuco é tirar o Estado da marca de acima da média no quesito adulteração.