Na eleição municipal passada, o deputado estadual Manoel Ferreira, do PR, deu uma manifestação de força política na capital pernambucana ao eleger o filho André Ferreira para a Câmara Municipal do Recife com a maior votação.
Bateu a máquina da PCR, que trabalhou por Múcio Magalhães, e a máquina de Eduardo Campos, que trabalhou pela prima Marília Arraes.
Um jingle bastante popular ajudou a multiplicar os votos.
Aquele que repetia o número 15.615 à exaustão, em ritmo de música gospel.
Nas eleições que se avizinham, o deputado estadual evangélico quer agora emplacar o outro filho, Anderson Ferreira, como deputado federal. “Pernambuco está sem a representação de um deputado federal evangélico.
Vou ser essa voz em Brasília, combatendo projetos sobre homofobia, contra o casamento de homossexuais e a legalização do aborto. É o nosso compromisso com Deus e com o segmento evangélico”. “Os gays estão propondo leis preocupantes, sugerindo até recolher todas as literaturas homofóbicas.
A bíblia sagrada diz que essa relação é uma abominação.
Vamos chegar ao ponto de recolher a bíblia sagrada”.
Anderson Ferreira diz que Pernambuco está sem representação evangélica por não considerar o deputado Negão Abençoado como um representante dos evengélicos. “Ele é um intérprete da música religiosa e assim se intitula”, situa.
Por falar em música, com 36 anos, Anderson já trabalhou na chefia de gabinete do pai, em diversas campanhas e foi o autor da letra do jingle que ajudou o irmão a vencer com facilidade a disputa pela vereança nas últimas eleições municipais. “A ideia já está formada, mas só vou mostrar no próximo ano.
Sei que a cobrança será grande, em função do sucesso do jingle do 15.615.
Coordenei a campanha de André, cuidei de toda a parte de publicidade, sempre fiquei nos bastidores, agora chegou a minha vez de ocupar meu espaço”, diz. “Sei que a música não é tudo em uma campanha.
Se fosse assim, Reginaldo Rossi tinha sido eleito”, compara.
Disciplinado, deixou de sair a candidato federal em 2006, atendendo uma orientação do pai, que o queria mais maduro.
Além disto, pai e filho não queriam entrar em choque com as bases de Francisco Olímpio, ex-deputado federal que também atuava no seguimento evangélico e que faleceu.
Como política se faz com gestos, o grupo de Ferreira espera agora receber o mesmo apoio.
São mais de 600 igrejas evangélicas que eles representam.