Por Gilberto Dimenstein, da Folha Online Entre os políticos, o câncer teria abalado as pretensões presidenciais de Dilma Rousseff.

Mas é o contrário na opinião pública: segundo pesquisa Vox Populi seu apoio é expressivamente maior ( 33%) entre os eleitores informados sobre sua doença. É o efeito resiliência –e só mostra que se ela vencer a doença, o que é bem possível, segundo os especialistas, sairá mais forte politicamente. É um tema de crescente interesse entre psicólogos e educadores, por revelar a capacidade de enfrentar desafios.

Acaba de ser lançado um livro intitulado “Recomeços”, em que várias pessoas, muitas delas célebres como Bárbara Paz, João Carlos Martins, Rita Cadilac, Paulo Borges e Lily Marinho, falam sobre como se reinventaram diante das dificuldades – alguns trechos estão no www.catracalivre.com.br. É rigorosamente impossível não se emocionar com cada depoimento.

Isso porque admiramos (e perdoamos) resilientes –o caso mais recente é o do jogador Ronaldo.

O fato é que, enquanto para os racionais políticos, a doença de Dilma trouxe debates como prorrogação de mandatos ou terceiro mandato, para a opinião pública trouxe empatia, como se vê na pesquisa –e só tende a aumentar.

Em suma, se a doença não atrapalhar sua candidatura, a ministra vai sair dessa politicamente muito mais forte –afinal, será o caso mais popular de resiliência.

Se esse toque emocional é bom ou ruim numa disputa eleitoral é outra questão –afinal, o mais importante critério para escolher um governante é sua capacidade de gestão.