Da BBC Brasil Cinco policiais da cidade de Birmingham, no Estado do Alabama, Estados Unidos, foram demitidos por espancarem um suspeito que estava inconsciente depois de um acidente de carro ocorrido durante uma perseguição.
O ataque contra Anthony Warren ocorreu em janeiro de 2008 e foi gravado com uma câmera da polícia, no entanto o vídeo só foi revelado em março de 2009, quando promotores preparavam o caso de ataque a um policial, pelo qual Warren já foi condenado.
O vídeo, capturado por uma câmera colocada no painel do carro da polícia, mostra Warren, que tinha sido interrogado sobre possível tráfico de drogas, dirigindo em alta velocidade em uma via expressa, perseguido por pelo menos três carros da polícia.
Ele desvia de um veículo antes de atropelar e ferir um outro policial que estava a pé.
Warren então entra em uma outra pista e parece girar o carro, que capota em uma vala.
Um corte no vídeo não deixa claro como ele perdeu o controle do veículo.
Ele é atirado para fora da janela do carro e fica inconsciente na vala.
Policiais que estavam perseguindo Warren param seus carros, descem, correm até onde ele estava e começam a espancá-lo.
Pelo menos um policial pula em cima de Warren com o punho erguido e outro usa um bastão para bater nele.
Warren não se move durante o ataque.
Por acaso Promotores descobriram o vídeo quando preparavam o caso em que acusavam Warren de tentativa de assassinato pelo atropelamento do policial.
O promotor Brandon Falls afirmou que o vídeo que a polícia de Birminghan tinha fornecido como prova no caso original parava antes das imagens do espancamento e que ele apenas viu a versão completa por acaso, uma semana antes do julgamento.
Wendy Crew, que representa Warren em um caso civil contra a polícia, acusou a polícia de adulterar provas.
Segundo Crew não havia razão para o “uso excessivo da força” contra Warren, mas a “adulteração deliberada das provas” pela polícia “foi tão horrível” como o próprio ataque.
Os advogados de Warren afirmaram que ele foi internado depois do incidente e que ele não soube do espancamento até a descoberta do vídeo. ‘Vergonhoso’ Autoridades acreditam que vários policiais e supervisores assistiram ao vídeo ainda em 2008, mas que não o tornaram público.
Os cinco policiais demitidos não foram identificados.
Segundo o chefe de polícia AC Roper, eles são policiais experientes que agiram de uma forma “vergonhosa”. “Sem dúvida este cara era uma ameaça à sociedade, mas ele não merecia o que aconteceu”, disse Roper ao jornal local Birminghan News. “Apoio totalmente nossos policiais e acredito na segurança deles, mas este vídeo fala por si”, acrescentou.
Roper afirmou que será feita uma avaliação das “ações dos supervisores e dos mecanismos para relatos (de ações) e políticas”.
Os demitidos ainda podem entrar com recurso contra a demissão.
Warren, por sua vez, se declarou culpado de lesão corporal qualificada e foi condenado a 20 anos de prisão.