Prezado Jamildo, Reverberando as declarações governistas – em nível estadual e nacional -, temos traçada a estratégia de marketing eleitoral para 2010.
Mais uma vez, as siglas que, supostamente, empunham o estandarte do socialismo (PT e PSB), trarão à superfície bandeiras outrora desfraldadas.
Isto é, direita versus esquerda, neoliberais versus socialistas.
Enfim, uma gama de velhas práticas de um falecido mundo bipolar.
Todavia, cabe neste instante frisar que tais práticas, para muitos, extintas, não fica apenas no campo do pensamento histórico ou sociológico.
O peleguismo trabalhista da Era Vargas (1930-45) emergiu nas gestões Lula e Eduardo Campos como um espectro maldito, fazendo dos movimentos sindicais, meros instrumentos dos interesses palacianos.
O movimento estudantil, fortemente ligado ao PC do B, hoje repousa em berço esplêndido, tendo muitos dos seus integrantes imersos na máquina pública, cooptados graças às benesses do capital.
Acredito que o velho Marx, célebre autor alemão, precursor do Socialismo Científico, deva estar se revirando no além, vendo seu nome disseminado levianamente por indivíduos desejosos apenas de ocupar lugar dentro da forte estrutura estatal.
Enfim, a mesa para a sucessão presidencial e estadual está posta.
O cardápio é variado.
De um lado, socialistas e petistas, com suas palavras de ordem desgastadas, fincarão o discurso típico dos tempos ditatoriais, ou seja, associarão as oposições àqueles milicos ortodoxos dos anos 1960 e 70; acusarão tudo e a todos que não orbitam em sua malha de interesses de privatistas; destilarão o veneno do terrorismo, levando às massas o medo pelo porvir, sintetizado no discurso do fim da Bolsa Família.
Somado e pesado tudo isto, eis aí o Leviatã petista e socialista contra as oposições.
Contrariamente ao expresso siberiano stalinista citado anteriormente, surgirá a social-democracia, carregando o pesado fardo da campanha presidencial de Geraldo Alkmin, quando tucanos não defenderam as realizações da gestão FHC; não obstante, as oposições tentarão resgatar velhos feitos, tais como: os programas sociais, hoje, difundidos como concepção petista.
Se petistas acusam os tucanos de privatistas, temos indícios para acusar os petistas de um possível golpe contra a democracia, tentando viabilizar o terceiro mandato de Lula.
Todavia, essas acusações fazem parte de uma política diminuta que nada acrescenta ao debate nacional em meio a uma crise financeira global.
Pedimos responsabilidade aos petistas.
Enfim, qual será o prato principal deste banquete?
Esta resposta será dada pelas pesquisas eleitorais.
Porém, o país já começa a se dividir claramente nas cores vermelha e azul.
O clima de beligerância chegou - com a CPI da Petrobrás - para ficar até os derradeiros dias de outubro de 2010.
Atenciosamente, Prof.
Evandro Silveira Neto.
Conselheiro de Ética do PSDB-PE