Os vereadores do Recife ocuparam nesta quarta-feira (20) a tribuna da Câmara para discutir e ponderar o voto de repúdio ao prefeito do Recife, assinado pelos vereadores de Jaboatão dos Guararapes, que acusam João da Costa de não tratar a questão do lixo de forma adequada.

Segundo os parlamentares da cidade vizinha, o Poder Executivo recifense não recebe o prefeito de lá, Elias Gomes.

O líder do governo na Câmara, Josenildo Sinesio (PT), ponderou que João da Costa tem visão de um estadista e trata o lixo de maneira metropolitana, como deve ser. “Recentemente o prefeito do Recife esteve com o prefeito Elias Gomes.

Caminhamos para o entendimento.

Não podemos resolver uma questão dessa monta de forma paroquiana, dentro dos limites de um só município.

Estamos em uma região metropolitana com 4 milhões de habitantes de 14 municípios.

A saída é a construção do consórcio metropolitano”.

O vereador Carlos Gueiros (PTB) alertou que o governo precisa explicar por que Elias Gomes reclama que não é recebido há 4 meses, e por isso buscou a Justiça. “É preciso que nosso governo explique se houve ou não entendimento.

Não cabe às Câmaras darem apoio ou criticarem, mas promover o consenso.

O lixo do Recife não é problema só do Recife, como o de Jaboatão não é só de Jaboatão”.

Já Luiz Eustáquio (PT) considerou que a atitude da Câmara de Jaboatão não foi republicana e que é preciso respeitar os outros poderes dos municípios vizinhos. “Proponho que essa Casa responda o voto de repúdio ao nosso perfeito”.

Daniel Coelho (PV) discordou afirmando que o voto de repúdio deve ser feito pelo próprio João da Costa, porque foi endereçado a ele. “A Câmara do Recife deve se preocupar em saber se o prefeito da cidade recebeu ou não o prefeito de Jaboatão.

Fomos eleitos para representar o povo dessa cidade.

Faz seis meses que João da Costa não toma atitude e vai ter de renovar contrato com a Qualix sem licitação”.

Aline Mariano (PSDB) afirmou que causa estranhamento o líder do governo trazer esse assunto ao plenário, uma vez que ela tentou debater na segunda-feira (18) e a sessão foi esvaziada pela bancada do governo. “Os colegas de Jaboatão estão desempenhando o papel deles.

Recife precisa responder às questões fundamentais, como os R$ 10 milhões colocados na construção de um aterro”.

Marcos Menezes (DEM) propôs que a oposição fizesse um esforço no sentido de resolver questão tão importante. “Vamos sentar com o líder do governo para ajudarmos os dois prefeitos a chegarem a um acordo.

Não sabemos o que está embaixo desse monturo de lixo e o líder pode nos explicar o que está acontecendo.” Inácio Neto ((PTN) defendeu o prefeito João da Costa, que, segundo ele, recebeu a confiança dos eleitores no primeiro turno.

Jairo Britto (PHS) fez questão de lembrar todas as ações do governo municipal, ressaltando que o problema do lixo será resolvido e tudo voltará à normalidade.

Priscila Krause (DEM) lamentou que a relação entre os dois poderes vizinhos tenha chegado a esse ponto. “Sou contra voto de repúdio por princípio, mas o prefeito do Recife está colhendo o que plantou.

Quando ele se nega a atender alguém, está fazendo isso em nome da população que lhe concedeu um mandato".

Gilberto Alves (PTN) frisou que o povo do Recife espera dos vereadores uma solução para os problemas da cidade. “Fico feliz de saber que uma solução está a caminho”.

Antônio Luiz Neto (PTB) pontuou que essa crise é tardia e uma solução já devia ter sido discutida há tempos. “Não podemos buscar solução isolada nem destinar o lixo a lixão A, B ou C. É hora de buscarmos uma saída definitiva, pois se trata da saúde pública. É uma questão de estado e o governador deve tomar para si a solução do problema".