No Globo PORTO ALEGRE - A bancada do PDT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul rachou nesta terça-feira, durante reunião para decidir se apoiaria ou não a instalação de CPI contra a governadora Yeda Crusius (PSDB).
O racha pedetista, com três deputados a favor e três contra a CPI, praticamente inviabiliza a investigação.
No Palácio Piratini, sede do Executivo, a governadora, que não se manifestou, comemorou o resultado reservadamente, com assessores.
O presidente do PDT no Estado, Romildo Bolzan Junior, que acreditava no apoio em bloco da bancada à CPI, saiu frustrado da reunião e avalia a hipótese de convocar o Diretório Regional a fim de que seja cobrada dos deputados uma posição unitária a favor da investigação. - Somos um partido de oposição - enfatizou ele.
Dois pedetistas simpáticos ao governo, o prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves, e o ex-presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Flavio Lammel, participaram da reunião e ponderaram que os prefeitos (o PDT detém 67 prefeituras) necessitam de recursos do governo.
Em um momento de tensão, o presidente do partido, que é também prefeito de Osório, aparteou Gonçalves, dizendo que sua visão sobre a posição dos prefeitos em relação à CPI era diversa.
A reunião para decidir a posição do partido durou cerca de duas horas e opôs Adroaldo Loureiro (líder da bancada), Paulo Azeredo e Gilmar Sossella - favoráveis à assinatura do requerimento à CPI - aos colegas Kalil Sehbe, Giovani Cherini e Gerson Burmann, contrários à comissão sob a justificativa de falta de “fato concreto” de malversação e desvio de recursos públicos.
As denúncias de caixa 2 na campanha eleitoral de Yeda em 2006, segundo Sehbe, Cherini e Burmann, não justificariam uma CPI por não se tratar de dinheiro público e sim privado.
As supostas irregularidades de caixa 2 são citadas no requerimento da CPI e, conforme os três deputados, devem ser investigadas pela Polícia Federal e Ministério Público e não pela Assembleia.
Até o início da noite os três pedetistas favoráveis à CPI hão haviam formalizado sua adesão com a assinatura do requerimento.
Assim, formalmente, o requerimento continuava com 12 assinaturas das 19 necessárias.
O racha do PDT desestimula outros poucos deputados que tendiam a apoiar a CPI se os pedetistas aderissem em bloco.