Deu no Globo A esperada queda das taxas de juros cobradas pelo Banco do Brasil (BB), com a troca de Antonio de Lima Neto por Aldemir Bendine em abril , ainda não aconteceu.
Pelo contrário.
Como mostra reportagem do Globo, as taxas das quatro principais operações para pessoas físicas - aquisição de bens, cheque especial, crédito pessoal e aquisição de veículos - vêm em altas consecutivas semanais, desde 15 de abril.
Bendine tomou posse no dia 23.
Os dados constam do acompanhamento diário do Banco Central (BC) dos juros efetivamente praticados pelas instituições.
Bendine substitui Antônio Francisco Lima Neto, cuja saída do cargo foi anunciada na manhã do dia 8 de abril, em meio à pressão do governo pela queda dos juros.
Conforme antecipado pelo colunista Ancelmo Gois na edição do dia anterior do jornal “O Globo”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria insatisfeito com a lentidão na queda das taxas cobradas pelo banco.
Os empréstimos vinculados à compra de algum bem, por exemplo, subiram, em média, de 2,09% ao mês para 2,52%, no dia 5 de maio, último dado disponível no Banco Central.
Um aumento de 20%, ou 0,43 ponto percentual ao mês, mas que pode representar juros anuais de mais 5,28%.
Foi a única linha que teve um leve retrocesso na última semana.
Embora os bancos divulguem as taxas máximas e mínimas de juros em queda, o levantamento do BC mostra os juros efetivamente praticados, ponderados pelo volume emprestado a cada taxa.
Por ironia, no dia 8 de abril, quando o governo confirmou que trocaria o presidente do BB, o banco encerrava uma semana de queda nas quatro principais taxas.
Os números chamam atenção quando comparados aos de outros bancos no país (Leia também: Bancos mantêm tarifas estáveis ).
Embora as taxas tenham subido em algumas operações de alguns bancos no mesmo período, o BB foi o que teve o movimento mais consistente de elevação das taxas, junto apenas com o Bradesco.