No Globo SÃO PAULO - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), se recusou nesta segunda-feira a falar sobre a possível dobradinha com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), na chapa tucana para a sucessão presidencial.
Ele voltou a reclamar da antecipação da campanha eleitoral de 2010, criticando a imprensa, que está sempre preocupada apenas com “ti-ti-ti de Brasília”, o governo federal e o PT, garantindo que o seu partido não tem responsabilidade sobre isso. - Não, não.
O PSDB não está (promovendo a antecipação da campanha), isso eu posso garantir.
Se alguém antecipou o processo eleitoral do ano que vem é do lado do governo e do PT.
Não tenho a menor dúvida - afirmou, depois de entregar veículos e equipamentos à Secretaria do Meio Ambiente do estado e à Polícia Militar Ambiental para a fiscalização de regiões de mananciais.
Durante o discurso da solenidade, na qual entregou 47 veículos, barcos e motocicletas para a fiscalização do meio ambiente, Serra reclamou que a antecipação da campanha provoca um “prejuízo enorme” causado pela imprensa, que deixa de fora da pauta assuntos importantes como os cuidados ambientais de seu governo em favor do “ti-ti-ti de Brasília” - Um dos prejuízos enormes para o país da antecipação da campanha eleitoral é que provavelmente quando a gente termine isso (a solenidade), os repórteres em vez de perguntar sobre isso, vão perguntar sobre o ti-ti-ti de Brasília porque seus editores fazem a pauta e o que vale mesmo, para esse efeito, é o ti-ti-ti brasiliense e não a questão ambiental, que fica sempre relegada ao segundo plano, exceto quando é para fazer alguma matéria que provoque algum escândalo sem nenhuma pesquisa anterior - criticou o governador paulista.
Depois da solenidade, em entrevista coletiva, Serra explicou a que se referia quando falou em “ti-ti-ti” da capital federal: - Às perguntas sobre eleições quando a gente está em fatos administrativos importantes e a eleição ainda demorando tanto. É o que domina o noticiário. É meio inevitável.
Não estou fazendo juízo de valor.
Como governador acho que não é bom.
Acho que era bom a gente se preocupar com as coisas do governo, com São Paulo.
Mas admitiu: - Seu eu fosse jornalista teria que fazer a mesma coisa.
Serra não quis falar sobre a CPI da Petrobrás, que é articulada pelo seu partido, e quando foi perguntado sobre a possível dobradinha com Aécio Neves, que seria seu vice em 2010, Serra parou de falar e deixou o local da entrevista coletiva.