Por Ines Andrade e Manoel Medeiros Neto, de Política/JC politica@jc.com.br Os problemas enfrentados pela PCR em relação ao lixo tornaram-se o mote da bancada de oposição na Câmara Municipal.

Em reunião fechada, na última terça (12), os vereadores do grupo decidiram intensificar os ataques.

O objetivo é ressaltar a “falta de atitude” do prefeito.

Além da tentativa de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar detalhes do tema, o grupo visitará comunidades acometidas pelo problema.

A novidade é que um boneco intitulado “João do Lixo” - já encomendado a uma artesã - acompanhará as caravanas.

A ideia é copiada do “João Buracão”, lançado por um borracheiro do Rio para denunciar os buracos da cidade.

O requerimento que tenta instalar a CPI é de autoria de Aline Mariano (PSDB). “São muitos pontos para questionarmos.

O lixo está batendo na porta.

E quem faz a fiscalização da Qualix?”, questiona.

Ela também levanta dúvidas sobre o projeto da PCR, hoje embargado, de construir um novo aterro sanitário em Jaboatão. “A obra teve início sem a licença e os gastos são muito grandes.

O custo mensal do maquinário nesse novo aterro é de quase R$ 2 milhões”, aponta.

Para o vereador Daniel Coelho (PV), o prefeito “não é claro, não é aberto.

Falta liderança e isso (impasses relacionados ao lixo) já é uma marca do início de governo dele”.

A esperança da oposição é que o tema, que atinge o cotidiano do cidadão, facilite a instalação da CPI. “A Prefeitura está morrendo de medo da CPI”, provoca Priscila.

Para o líder do governo, Josenildo Sinésio (PT), não há nenhuma denúncia que motive a investigação. “O processo de licitação está encaminhado e o prefeito não poderia deixar a cidade sem coleta.

O povo não aguenta mais CPI para não dar em nada”, rebate.

São necessárias 13 assinaturas para instalar a CPI.

Além dos sete oposicionistas, quatro governistas apoiaram a proposta - Josemi Simões (PHS), Maguari (PDT), Marcos di Bria (PTC) e Menudo (PHS) -, mas voltaram atrás.

Logo após conversa com lideranças do governo, Maguari afirmou que a CPI era “bronca pesada”.

Nos bastidores, oposicionistas articulam com “governistas insatisfeitos”.

A adesão de parte da bancada do Partido Humanista Social (PHS), constituída por quatro vereadores, é uma das apostas do grupo.