Graças sobretudo à política de contratações do governo Lula, o funcionalismo federal superou pela primeira vez as dimensões de 1995, anulando o enxugamento sofrido a partir do Plano Real, informa o repórter Gustavo Patu, em reportagem publicada na edição deste domingo da Folha.
Sob FHC (1995-2002), o total de servidores recuara de 661,1 mil para 598,5 mil.
Na gestão do PT, em 2008, o número chegou a 670,8 mil, seis vezes o total de funcionários do Itaú-Unibanco.
O gasto com o funcionalismo deve atingir 5% do PIB neste ano.
Para o governo, a proporção de servidores federais na população brasileira é bem menor que em países como a França.
Em abril deste ano, um estudo (disponível para assinantes do jornal e do UOL) feito a pedido da Folha de S.Paulo pelo economista Alexandre Marinis, da consultoria Mosaico, mostrou que o governo federal usou praticamente toda a economia feita com a queda de juros desde 2006 para contratar pessoal e aumentar o salário do funcionalismo público, Entre abril de 2006 e abril de 2009, os gastos anuais do governo central com juros caíram cerca de R$ 40 bilhões.
No mesmo período, as despesas com pessoal subiram iguais R$ 40 bilhões, e as de custeio, R$ 26,7 bilhões.
Já as despesas de capital –os investimentos propriamente ditos– aumentaram apenas R$ 14,7 bilhões.
O aumento de gastos com funcionalismo e custeio não foi produto de um simples crescimento vegetativo e involuntário da máquina, mas, principalmente, do voluntarismo oficial.
Entre 2003 e 2005, nos três primeiros anos do governo Lula, o crescimento médio anual da folha de salários federais foi de apenas R$ 7 bilhões.
Entre 2006 e 2009, esse aumento pulou para R$ 13 bilhões ao ano.