Aparentemente sem medo de ser alvo do corporativismo do setor médico, a secretária municipal de Saúde de Caruaru, Cristina Sette, pediu aos jornalistas que tomam parte no seminário Conhecendo o SUS, que a mídia sejam mais explícitos ao falar de problemas nas emergências. “Uma coisa é dizer que falta médico no atendimento.

O outro é dizer que o médico faltou.

Tem médico que tem um plano de 24 horas e só dá quatro horas.

Os colegas fazem pacto de não observância.

Não dizem que os colegas não estão.

Um trabalha por três e reclama que está trabalhando muito.

Nem sempre os gestores são ouvidos, enquanto os médicos sabem manejar bem (o corporativismo). É uma corporação poderosa.

Já nós gestores temos erros de comunicação grande”, afirmou.

Polêmica, a técnica, especialista no SUS, apontou o que acha falhas na proposta de implantação de fundações públicas de direito privado para a gestão de hospitais estaduais. “Eu sou contra o projeto.

O grupo que defende e busca implantar a iniciativa na administração indireta é muito sério, mas como cidadã porque vai sair mais caro do que reforçar o SUS.

Se as fundações trabalham com celetistas isto terá um custo maior, vai ter FGTS, além da taxa de administração do operador.

Quem tem preocupação com o SUS vê que o formato vai sair mais caro”, acredita.

Já aprovado na assembléia, o modelo será usado pelo governo Eduardo Campos na reforma da saúde que está sendo gestada, com os novos hospitais e a nova rede de atendimento emergencial.