Da Agência Estado O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi o primeiro a retirar a assinatura do requerimento para criação da CPI da Petrobras.

Agora são 31 senadores a assinar o documento.

Para se instalar a CPI, é necessário o apoio de 27 senadores.

Por isso, a base aliada do governo trabalha para tentar retirar mais assinaturas e, assim, inviabilizar a comissão.

O senador João Pedro (PT-AM) disse que o foco do trabalho político dos senadores governistas é retirar de seis a oito assinaturas do requerimento do senador Álvaro Dias.

Para isso o papel do PMDB será fundamental, já que dentro das 31 assinaturas sete são, em tese, de parlamentares que pertencem à base aliada do governo, sendo que quatro destes pertencem ao PMDB: Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE), Mão Santa (PI) e Geraldo Mesquita Júnior (AC).

Os outros dois integrantes da base do governo que assinaram o documento são: Romeo Tuma (PTB-SP) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

Em ofício encaminhado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Buarque reafirma sua posição assumida na reunião de líderes de que deveria ser realizada uma audiência pública com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, antes de decidir a criação ou não da CPI. “Se a audiência pública tivesse o sucesso que eu e os demais líderes esperávamos dela, a solução evitaria qualquer ameaça de risco à rentabilidade e ao prestígio internacional da Petrobras.

Caso os esclarecimentos prestados ali não fossem suficientes, não fossem capazes de atender às respostas que toda a sociedade brasileira e o Senado têm a obrigação de obter da direção da Petrobras, então faríamos a CPI.

Nesse caso, eu não teria dúvidas em manter a minha assinatura”, diz no ofício o senador.

O objetivo da CPI protocolada pelo Álvaro Dias (PSDB-PR) é investigar, entre outros assuntos, a operação contábil realizada pela Petrobras no ano passado, que acarretou na redução do pagamento de impostos pela empresa.

O senador também retirou a assinatura de outro requerimento, do senador Romeu Tuma (PTB-SP), que também pede investigação na Petrobras, mas apenas referente a outras questões, como possíveis fraudes na contratação da reforma de plataformas.