A vereadora Aline Mariano (PSDB) não ficou nenhum pouco satisfeita com as respostas dos integrantes da Concessionária Recife Energia - que vai cuidar da destinação e tratamento do lixo produzido pelos próximos 20 anos na cidade.
Ontem, durante a apresentação dos diretores do Consórcio Privado Recife Energia, na Câmara Municipal, a parlamentar questionou quatro itens: a experiência da empresa na área; o tempo de operação; a renda do crédito de carbono que o Recife terá e o valor da tonelada do lixo que será praticado pela empresa. “Nenhuma das respostas foram positivas para a cidade.
O que nos preocupa bastante.
Os diretores do consórcio nos informaram que a Concessionária não executa ou já realizou tal serviço em qualquer outra cidade brasileira.
Recife será, portanto, a primeira experiência na área, o que é questionável, já que se trata de uma tecnologia avançada e de alto risco, uma vez que lida com incineração e pode gerar problemas ambientais no futuro”.
Outro ponto levantando por Aline foi quanto ao início da operação.
O Consórcio Privado Recife Energia tem previsão para começar a operar a usina de tratamento em novembro de 2011.
Enquanto isso estão sendo gastos recursos para a construção de outro aterro sanitário ao lado da Muribeca, com capacidade para absorver todo o volume do lixo da capital Pernambucana por pelo menos mais 10 anos. “Ou seja, o investimento nesse novo aterro ficará ocioso devido à redução do volume a ser ensejado pela operação da destinação na Incineração da Recife Energia”, explicou Aline.
Outro ponto polêmico é quanto à renda de crédito de carbono.
A vereadora esclareceu que no contrato de concessão não há remuneração à Prefeitura da Cidade do Recife / EMLURB nos lucros da venda dos créditos de carbono do empreendimento, nem na geração de energia termo-elétrica, que proporcionarão rendimentos exclusivamente para a empresa privada concessionária. “Enquanto o Aterro São João, em São Paulo, também em regime de concessão, remunera a prefeitura daquela cidade em 25% dos lucros com a venda dos créditos de carbono, Recife terá zero de crédito, segundo a própria empresanos passou”.
Outro lucro da referida empresa será no valor cobrado pela tonelada de lixo, de aproximadamente R$ 32,00 (a preços de hoje), maiores do que os praticados pelos aterros sanitários instalados na RMR e também maior que o preço que a EMLURB hoje gasta no Lixão da Muribeca. “A gente vai pagar para essa empresa ter lucro.
Recife não vai economizar.
Então por que o Recife energia?”.
CPI A vereadora Aline Mariano é autora do pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para acompanhar e investigar o Consórcio do Lixo.