No site do Ipea O número médio de ocupados no primeiro trimestre de 2009 foi 1,4% maior que no mesmo período em 2008.

Apesar do resultado positivo, há forte desaceleração do ritmo de crescimento desse indicador.

Estas são algumas conclusões do Boletim de Mercado de Trabalho do Ipea, publicado hoje (13).

Ocupação e desemprego mostram sinais preocupantes do que pode ser uma possível reversão da tendência, que era de melhora acentuada.

Mas, por outro lado, esta inversão não aparece no grau de informalidade e nem na remuneração, que registram níveis não só estáveis nesse primeiro trimestre de 2009, como também atingem as melhores marcas dos últimos anos.

A evolução da massa salarial do trabalho revela que a tendência do primeiro trimestre destoa dos anos anteriores pela inversão do ritmo de crescimento, iniciada em janeiro.

Apesar da tendência de queda, a variação da média anual da massa salarial registra um resultado positivo (6,6%).

Na comparação das médias trimestrais de 2009 e 2008, o rendimento médio da população ocupada aumentou 7,0% no setor público e 4,9% para os empregados com carteira de trabalho assinada.

Com relação à trajetória de aceleração na taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2009 que se intensifica no mês de março, São Paulo foi a única região com crescimento positivo (0,6 p.p.), frente aos resultados negativos das demais regiões.

Os pesquisadores analisaram também o nível de ocupação por posição na ocupação, a fim de mostrar a evolução do grau de informalidade do mercado de trabalho.

Esse indicador apresenta uma redução de 1,3 p.p. na comparação do primeiro trimestre de 2009 com o mesmo período de 2008.

Esse resultado é fruto tanto da expansão de 3,8% dos postos formais como contração de 1,9% do número de trabalhadores informais.

Além da melhora em relação ao ano passado, o grau de informalidade não apresenta nenhum sinal de piora ao longo do primeiro trimestre de 2009.

Isto sugere que a reação das empresas à redução das perspectivas de crescimento tem se concentrado sobretudo no ajuste do nível de emprego, e não propriamente na substituição de vínculos formais por trabalho informal.

Estas informações também podem estar refletindo mais flexibilidade no nível de emprego que nos salários: o valor nominal destes últimos é em geral rígido (especialmente para os empregados com carteira) e, na faixa próxima do salário mínimo, esteve ainda sujeito à elevação real de cerca de 12% a partir de fevereiro.

O boletim destaca ainda a heterogeneidade na evolução dos rendimentos por posição na ocupação, em particular naquelas categorias associadas a postos informais.

Enquanto o conta-própria registra elevação de 12,3% nos seus rendimentos em relação ao ano passado, os empregados sem carteira assinada registram aumento de apenas 1,9%.

A pesquisa aponta que o Rio de Janeiro (8,1%) e Belo Horizonte (6,3%) tiveram as maiores altas desse indicador, e Recife, por sua vez, o pior desempenho, com uma redução de 1,6 % nos rendimentos.