A Câmara do Recife recebeu nesta quarta-feira (13) a diretoria da Concessionária Recife Energia, que vai cuidar da destinação e tratamento do lixo produzido na capital pelos próximos vinte anos.
O grupo atendeu o convite de vários vereadores que participaram na semana passada de uma audiência pública sobre a situação do lixo no Recife, e que acharam necessário se aprofundar mais no assunto, entre eles o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Daniel Coelho (PV). “Os resíduos sólidos urbanos possuem elevado valor energético e, antes de serem um mal para as próximas gerações, vão poder contribuir para a diminuição da escassez de energia por meio de sua transformação”, considerou o diretor-presidente da Concessionária Recife Energia, Ronaldo Gaspar.
No centro de triagem a ser construído no Engenho Uchôa, o lixo reciclável será separado, e o restante seguirá para a unidade de cogeração de energia, no Cabo de Santo Agostinho, o que vai permitir o desafogamento do Lixão da Muribeca, onde hoje são depositados os resíduos sólidos da capital.
Depois de ouvir toda a explanação do diretor-presidente da Concessionária, o vereador Carlos Gueiros (PTB) questionou o grupo sobre a mudança de endereço para a implantação do centro de triagem, que em princípio seria na região do Curado.
A mudança para o Engenho Uchôa foi solicitada com o argumento de que o custo com transporte seria muito elevado. “Do ponto de vista ambiental, o Engenho, repleto de mananciais, é completamente inapropriado.
Além disso, a área já está urbanamente definida”, contestou Gueiros.
Contrariados, os moradores da localidade acabaram entrando com um processo no Ministério Público de Pernambuco, que continua em tramitação.
O vereador Daniel Coelho também se pronunciou sobre a questão, e perguntou se haveria algum prejuízo ambiental ao Engenho Uchôa caso o centro de triagem seja instalado por lá.
Apesar de o estudo de impactos ambientais ainda estar em andamento, Ronaldo Gaspar garantiu que os mananciais da área não serão afetados em decorrência da atividade. “E quanto ao cheiro?”, perguntou Coelho. “Conseguiremos descarregar sete caminhões ao mesmo tempo.
Isso vai impedir transtornos como fila de caminhões e, consequentemente, mal cheiro intenso”, respondeu.
Jurandir Liberal (PT), Josenildo Sinesio (PT) e Vicente André Gomes (PCdoB) também fizeram perguntas e esclareceram, cada um, as suas dúvidas.