No UOL O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse nesta terça-feira que a direção do partido não pode se responsabilizar pela defesa das denúncias contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB).

Ela e integrantes do governo são acusados de desvio de dinheiro no Detran-RS, fraude em licitações, além de caixa dois na campanha eleitoral de 2006.

Guerra disse que o assunto ainda não foi discutido pela Executiva do partido. “A operação nacional do partido é uma coisa, a local é outra.

Não faz o menor sentido [nos envolvermos na defesa].

Não estamos sendo acusados nem vitimados por nenhum tipo de denúncia.

O fato é que essas denúncias são contra a governadora e ela saberá se defender”, disse.

A expectativa é que a governadora chegue hoje a Brasília para discutir as denúncias com líderes do PSDB.

O presidente do partido afirmou que a governadora conseguirá se descolar das acusações e provar que não tem ligação com qualquer irregularidade.

Guerra atacou os partidos de oposição ao governo da tucana no Rio Grande do Sul.

Segundo o presidente do PSDB, as acusações não devem prejudicar o partido na disputa pelo governo local em 2010. “A nossa preocupação não é com o impacto das denúncias.

Não temos nenhuma preocupação.

Temos pesquisas que são favoráveis a nós.

Me preocupa a oposição ao governo Yeda que nem sempre age com transparência”, afirmou.

As denúncias contra Yeda podem motivar a instalação de uma CPI.

A bancada do PT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul conseguiu nesta terça-feira a adesão de dez deputados para instalar uma CPI para investigar o governo Yeda: nove do PT e um do PC do B.

São necessários 19 parlamentares favoráveis à investigação para protocolar o pedido.

Denúncia Segundo reportagem da revista “Veja” desta semana, gravações feitas pelo empresário Lair Ferst, um dos ex-coordenadores da campanha tucana em 2006, revelam que Carlos Crusius –marido de Yeda– teria recebido R$ 400 mil em espécie.

As gravações mostrariam uma conversa entre Ferst e Marcelo Cavalcante, ex-assessor de Yeda, encontrado morto em fevereiro, em Brasília.

Para a revista, os áudios mostram que Cavalcante admite que, depois do segundo turno da eleição de 2006, coletou R$ 200 mil da Alliance One e outros R$ 200 mil da CTA Continental, empresas de fumo.

Em entrevista ao jornal “Zero Hora”, Carlos Crusius disse que nunca viu “R$ 400 mil juntos” na vida.

Yeda também nega a existência do caixa dois.