Da Agência Estado e estadao.com.br A demanda por crédito no País aumentou em abril e está próxima dos níveis pré-crise, enquanto as taxas de juros caíram pelo terceiro mês consecutivo, mostram levantamentos realizados pela Serasa Experian e a Associação Nacional de Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).

O indicador da Serasa mostra que a procura por recursos subiu 10,8% em abril ante março no País, na segunda ampliação mensal seguida.

Segundo a Serasa, empresa do mercado de informações, há uma evolução rumo à recuperação do nível de demanda dos consumidores que estava em vigor antes da piora da crise econômica mundial.

Já a taxa de juros média para a pessoa física caiu 0,06 ponto porcentual, para 7,33% ao mês em abril, atingindo o menor patamar desde maio de 2008.

Para as empresas, a queda nos juros foi a mesma, levando a taxa média a 4,21% ao mês.

Entre as taxas para a pessoa física, apenas a do cartão de crédito ficou estável no mês, em 10,68%.

Os juros do cheque especial caíram para 7,66% ao mês, a menor taxa desde dezembro de 2007.

Já os juros do CDC de Bancos caíram para 2,88% ao mês, a menor da série histórica.

O coordenador do trabalho e vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, afirmou que a queda nos juros pode ser atribuída à redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,25% ao ano, bem como à certeza que o mercado financeiro tem de que o Banco Central vai continuar reduzindo a Selic.

Comparação anual Mas, mesmo com o aumento em abril, no confronto anual (contra o mesmo mês de 2008) a demanda dos consumidores sustenta-se negativa, com queda de 11,4% em abril ante mesmo mês de 2008.

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2009, a procura dos consumidores por crédito ficou 6,3% menor que o patamar observado nos primeiros quatro meses de 2008.

Na pesquisa regional, o maior aumento da busca por crédito em abril foi notado na Região Norte (alta de 15%), acompanhada de perto pelas Regiões Sul (+11,9%) e Sudeste (+11,5%).

Em seguida, vêm as Regiões Nordeste (+9,2%) e Centro-Oeste (+4,9%).

No Norte, a expressiva reabilitação da demanda, de cerca de 20% nos últimos dois meses (5,4% em março e 15% em abril), restaurou índice ao mesmo nível de setembro, quando a crise econômica se agravou.

O processo de retomada também é verificado nas demais regiões, mas com menor força.

Todavia, no acumulado do primeiro quadrimestre, todas as regiões ainda mostram queda na demanda dos consumidores por crédito.

A menor queda é observada na Região Norte (-2,1%), seguida por Centro-Oeste (-2,8%), Sudeste (-5,3%), Sul (-7,3%) e Nordeste (-11,5%).

Classe O aumento da demanda por crédito em abril foi homogênea no que se refere à renda pessoal mensal.

Essa elevação foi de 10,3% (consumidores com rendimento mensal entre R$ 1 mil e R$ 2 mil) e 12,1% (renda acima de R$ 10 mil).

Conforme a empresa, essa homogeneidade é um sinal que beneficia a consistência desse processo de recuperação.

Mas, no acumulado do primeiro quadrimestre, a baixa renda (consumidores com ganhos mensais de até 500 reais) lidera a queda na procura por crédito (recuo de 11%).

As demais faixas de renda oscilam entre variações negativas de -5% (renda entre R$ 5 mil e R$ 10 mil) a -6,4% (entre R$ 1 mil e R$ 2 mil).

O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, lançado em 17 de março, é calculado com base numa amostra dos cerca de 11,5 milhões de Cadastros da Pessoa Física (CPF) consultados mensalmente na base de dados da empresa.