Na Folha Online, em Brasília O abuso na utilização da cota de passagens não foi exclusividade dos atuais parlamentares.
O benefício pagou 291 bilhetes aéreos para 11 ex-senadores viajarem com seus familiares, amigos e assessores entre fevereiro de 2007 e novembro de 2008, segundo levantamento do site Congresso em Foco.
Todos usaram os créditos de suas cotas que não foram gastos, mas já estavam afastados do Senado.
O ato da Mesa que regulamentava o uso das passagens na época não impedia os parlamentares de utilizarem as sobras.
Segundo o site", quem mais se beneficiou do mecanismo foi o atual vice-governador do Maranhão, João Alberto de Souza (PMDB).
Souza e seus convidados voaram 98 vezes com as passagens pagas com dinheiro público.
Em seguida está, Rodolpho Tourinho (DEM-BA), com 79 voos, e Roberto Saturnino (PT-RJ), com 54.
O ex-presidente do PFL (hoje DEM) Jorge Bornhausen (SC) e familiares também tiveram 13 viagens custeadas pelo Senado.
A relação dos ex-senadores que utilizaram ou cederam a cota para o voo de terceiros inclui o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) José Jorge, a presidente do PSOL, Heloísa Helena (AL), e o ex-governador do Distrito ederal Joaquim Roriz (PMDB-DF).
De acordo com a reportagem, também chama atenção o fato de servidores terem utilizado a cota de passagens de dois senadores que morreram no exercício do mandato.
Duas ex-servidoras teriam viajado de Curitiba para Assunção, no Paraguai, com sete bilhetes aéreos emitidos na cota do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), que morreu em 18 de novembro de 2006.
As viagens ocorreram entre agosto de 2007 e 21 de janeiro de 2008.
A cota do ex-líder do PDT Jefferson Péres (AM), morto em 23 de maio do ano passado, custeou uma passagem.
A ligação do usuário com o ex-senador ainda não foi identificada.
Diante das denúncias de utilização irregular da cota de passagens, o comando do Senado adotou no mês passado restrições para o uso do beneficio.
A cota passou a ser chamada de verba de passagem e só poderá ser usada pelos senadores e seus assessores.
Não existe mais as cotas suplementares para os membros da Mesa Diretora e lideranças partidárias.
O Senado também decidiu que não é mais permitido o acúmulo de créditos de um exercício financeiro para o seguinte –o que não for usado volta para o Senado.
Ficou definido ainda que a utilização da verba de passagem pelos senadores será publicada na página do Senado em até 90 dias.