O faturamento real da indústria brasileira de transformação cresceu em março pelo segundo mês consecutivo, segundo apontou a pesquisa Indicadores Industriais elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada hoje, em Brasília.
Segundo a entidade, a série histórica da pesquisa mostra que essa é a primeira variável a passar de um cenário de contração para um de expansão.
No entanto, como todos os indicadores ainda apresentaram queda na comparação entre o primeiro trimestre de 2009 com o último trimestre do ano passado, a pesquisa não permite afirmar que os impactos da crise financeira internacional na indústria brasileira não se aprofundarão mais. “É um primeiro sinal de recuperação, mas ainda não é possível dizer que o pior já passou. É preciso que esse crescimento se intensifique e interrompa as quedas das horas trabalhadas na produção e do emprego”, avalia Flávio Castelo Branco, gerente executivo de Política Econômica da CNI.
Outro sinal positivo captado pela pesquisa foi o crescimento, pela primeira vez em cinco meses, da Utilização da Capacidade Instalada (UCI).
Ela passou de 78,2% em fevereiro para 78,7% em março deste ano, no índice dessazonalizado, ou seja, livre das influências sazonais.
Quinze dos 19 setores pesquisados tiveram aumento da UCI em março ante fevereiro no índice original.
Apesar disso, a UCI continua deprimida em relação ao mesmo período do ano passado, quando estava em 83%.
A pesquisa ressalta que tanto o crescimento do faturamento real quanto da UCI ainda são insuficientes para afirmar que o início da recuperação da indústria está em curso porque ambos se devem a uma fraca base de comparação e não foram acompanhados por altas nas horas trabalhadas da produção e no emprego.