Empresários do Complexo Industrial de Suape reclamam prejuízos da ordem de R$ 10 milhões, devido a oscilações e interrupções no fornecimento de energia elétrica aos setores de produção de suas unidades fabris.

Um grupo de diretores de sete empresas do pólo, procurou o governador Eduardo Campos, nesta quinta-feira (7), juntamente com o presidente da Associação das Empresas de Suape (Assesuape), Fernando Pessoa, para alertar sobre o problema.

Eles se queixam da falta de resolutividade da Celpe diante de reiteradas denúncias já realizadas, sobre as constantes falhas no fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária em Pernambuco.

O grupo apresentou ao governador os dados sobre as paralisações de fornecimento de energia na área do Porto que, somente nos quatro primeiros meses deste ano chega a 18, enquanto em todo o ano passado foram registrados 20 cortes.

O número de ocorrências registrando oscilações chega a 350, neste quadrimestre, conforme destacou o presidente da Assesuape, Fernando Pessoa. “A situação tornou-se insuportável para os nossos negócios.

Suape cresce a cada dia e essa falha na infraestrutura, tira a competitividade das nossas empresas", desabafou.

Segundo o levantamento apresentado pela associação, as falhas na prestação do serviço da Celpe tem levado às empresas a perder produtividade em níveis alarmantes.

Calcula-se que o prejuízo acumulado por cerca de 20 das 96 empresas instaladas no Porto chegue à casa dos R$ 10 milhões.

Para Leonardo Vilar, diretor de Operações Industriais da Coca-Cola Guararapes, o problema acarreta descontinuação da sua produção e causa insegurança nos empresários, podendo gerar um certo desestímulo para novos investimentos: “Não é justo que enquanto a tarifa de energia aumenta, a nossa produtividade diminua”, argumentou.

Na mesma linha, o coordenador de Segurança da Amanco Brasil, Fábio Ulisses, disse que a perda da produção eleva os custos da sua empresa. “Na produção de tubos de PVC, a energia elétrica representa o terceiro fator mais importante”.

Fábio Ulisses informou ainda que o problema vem aumentando ano a ano: “Em 2008, a Amanco sofria, em média, uma ocorrência de quebra de fornecimento de energia por mês.

Este ano, esse número chegou a seis em média”.

Gerente geral da Cimento Brasil, Nilton Terron, lamentou o momento pelo qual a sua empresa atravessa a “crise da energia”: “O mercado de cimento no Brasil, em especial no Nordeste e mais ainda em Pernambuco, anda super aquecido.

Mas, estamos sofrendo com as constantes quebras de continuidade na nossa linha de produção”.

O governador Eduardo Campos, preocupado com as informações apresentadas pelos empresários, adiantou que o caso deve ser encaminhadoà instância competente para tal ação: a Agência Reguladora de Pernambuco, ARPE.

O presidente da entidade, Ranilson Ramos, presente à reunião no Palácio, se comprometeu a empreender estudo técnico sore o fornecimento de energia elétrica às indústrias de Suape, a partir da formalização do processo de reclamação dos empresários.

Eduardo orientou o grupo de trabalho especializado em energia elétrica no Estado, coordenado pelo secretário de Recursos Hídricos e presidente da Compesa, João Bosco de Almeida, a acompanhar de perto todo o processo de levantamento de dados sobre o problema em Suape, para evitar o agravamento da situação.

Também estiveram no encontro no Palácio, o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente do Porto de Suape, Fernando Bezerra Coelho.

Além das empresas já citadas, participaramm do encontro, representantes da Pepsico do Brasil, Fraldas Sapeka, MN Engenharia e Copagaz.