“Encaminho manifestação da Associação Nacional de Empregados da INFRAERO - ANEI, consignando que o Estatuto da INFRAERO teve e tem o apoio de seus empregados e as demissões decorrentes da limitação em seu quadro de pessoal de indicados por políticos, também, tem nosso apoio, uma vez que a INFRAERO sendo uma empresa técnica, não pode ficar a mercê desse tipo de interesses.

Se não fosse trágico poderia até ser engraçado alguns políticos reclamando das demissões de seus afilhados da INFRAERO.

Desde 2003 o fenômeno dos “jabutis” apareceu na empresa.

Varias caras novas, sorridentes, exibindo “botons” com símbolo da INFRAERO na lapela e fisionomia de vitória e alguns deles com a arrogância e empáfia típica dos ignorantes, tentavam olhar os empregados de carreira de cima para baixo, mesmo quando tinham estatura menor.

A pose era cômica.

Em sua maioria, os indicados (ou Jabutis) não faziam absolutamente nada de produtivo para a empresa por total falta de conhecimento da atividade de aviação; outros com o mesmo desconhecimento, assumiram posições de destaque e ficavam iguais a papagaio de pirata sobre os ombros de empregados de carreira, ditando instruções, apontando caminhos e dando ordens com ameaças veladas, caso não fossem atendidos causando situações de grande desconforto a quem precisava do emprego.

Por outro lado, a INFRAERO está sob ameaça real e imediata de se tornar uma grande e falida autarquia, cuidando de aeroportos deficitários, com a decisão do Governo Federal em passar para a iniciativa privada mediante concessão, os aeroportos lucrativos.

Esse crime de lesa pátria já está praticamente executado pela SAC/ANAC, do Ministério da Defesa e não ouvimos qualquer Político padrinho de “jabuti” da INFRAERO sair em defesa da segunda maior empresa operadora de aeroportos do mundo.

Para reclamar da demissão de parasitas, os Políticos gritam a plenos pulmões, mas para reclamar de uma modelagem de concessão que não permite sequer a participação da INFRAERO na concorrência onde grande parte dos interessados está consorciada com empresas estatais estrangeiras, estão calados e fingindo que não sabem de nada.

O modelo desenhado pela SAC, com consultoria da ANAC, IPEA, FGV e BNDES, prevê que a empresa privada concessionária dos aeroportos lucrativos arrecade as tarifas aeroportuárias, recolha ao governo um determinado valor a título de outorga e esse valor será repassado à INFRAERO para que continue operando os aeroportos deficitários.

Os caríssimos investimentos na Infra-estrutura dos Aeroportos serão feitos pelo Governo Federal ao contrário de hoje, onde a INFRAERO reinveste o que arrecada.

Com esse modelo, não há qualquer garantia de que os recursos que entrarem nos cofres da União saiam direto para onde sejam necessários; não sejam contigenciados e não sejam utilizados em outros programas do Governo, como aconteceu com a CPMF.

Como não podem faltar recursos de custeio e de investimentos para que um aeroporto opere de forma segura, há uma grande chance de que a INFRAERO em futuro próximo venha disputar recursos orçamentários para custeio e investimento de aeroportos com as áreas de saúde, educação,saneamento, etc., da União, Estados e Municípios.

Os recursos certamente irão para a INFRAERO, por influência desses mesmos Políticos que estão deixando passar esse crime contra o País, enquanto reclamam a demissão de seus afilhados, que não estudaram para fazer os concursos realizados pela INFRAERO e nem querem estudar para o próximo.” Carlos Guapindaia