A Câmara de vereadores de Petrolina, Casa Plínio Amorim, realizou na noite desta segunda uma Audiência Pública para discutir o caos na saúde pública da cidade.
O encontro teve como principal objetivo debater o rompimento do contrato dos 22 cirurgiões (gerais, bucomaxilos, pediátricos e vasculares), que prestavam atendimento ao Hospital de Urgências e Traumas (HUT) e a contratação de uma equipe de médicos vindos da cidade de Salvador, que estão trabalhando de forma irregular na cidade.
A Audiência contou com a presença da promotora de justiça, Ana Rúbia Torres, do Secretário de Saúde, José Mendes, do presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Antônio Jordão, do presidente da Cooperativa dos Médicos Cirurgiões do Vale do São Francisco (Copevitae), Edvaldo Lopes, além de representantes do Cremepe, Univasf, Imip e HUT.
Houve também uma massiça participação da população e da classe médica.
Durante três horas, todos os convidados que comporam a mesa, assim como todos os vereadores, foram ouvidos.
Exposto o ponto de vista de cada representante, a grande expectativa era que houvesse finalmente uma negociação entre a Prefeitura Municipal de Petrolina (PMP) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com toda a categoria médica.
O movimento ganhou força no último dia 29, quando outros profissionais da classe entregaram aviso prévio de 1 mês a PMP.
Eles ratificavam que caso não houvesse acordo, iriam paralisar suas atividades do Hospital Dom Malan e HUT.
A região chegaria a ter uma defasagem de cerca de 100 profissionais.
Entre as falas mais esperadas da noite era do Ministério Público, representado pela promotora Ana Rúbia Torres, que chegou a afirmar que a população paga imposto de Suíça e receber serviço de Nigéria.
A promotora acredita que no município existem recursos financeiros e humanos, mas faltam gestores que consigam administrar isso. “A saúde de Petrolina é um problema crônico e que só começará a ser resolvido quando a população se mobilizar para cobrar um serviço de qualidade, pois não podemos depender da política no Brasil”, complementou.
No final da Audiência, com os ânimos acalmados, representantes da classe médica, vereadores e o Secretário de Saúde, definiram que a Prefeitura se comprometeria a fazer um contrato de 6 meses, que seria o tempo hábil exigido para se organizar um concurso público para classe.
Os contratos não seriam mais feitos através de instituições e sim, diretamente com a prefeitura.
O secretário, José Mendes, se comprometeu em passar os dados definidos na reunião para o governo e retornar com uma resposta definitiva para os médicos. “A cooperativa surgiu para cumprir um dever que deveria ser deles, mas agora, esperamos que esse impasse seja solucionado.
Os médicos querem contribuir, com um trabalho solidário, com uma prestação de serviço de qualidade, para que a sociedade possa acreditar neste trabalho”, finalizou o presidente do Simepe, Antônio Jordão.