No final de semana, a imprensa noticiou que o PMDB, maior partido da base aliada, estaria pressionando o governo para ficar com o cargo ocupado pelo ministro José Múcio Monteiro, da Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela coordenação política entre o governo e o Congresso Nacional.
Segundo o líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), o ministro é “imexível”. “Para nós, ele é imexível.
Ele é o ponto de equilíbrio da base do governo na Câmara dos Deputados.
Portanto, no que depender do PMDB ele fica onde está.
E fica muito bem onde está”, disse Alves.
Para o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, Múcio é um parceiro fundamental para a aprovação de propostas do governo no Legislativo.“Todo o PMDB, tanto da Câmara quanto do Senado, reafirmou a posição de apoio ao ministro José Múcio, que tem sido um parceiro fundamental na construção política de tudo que temos aprovado na Casa”, afirmou o senador.
Os dois líderes reafirmaram o apoio após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também com a presença do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
Ao serem questionados se cogitam convidar Múcio para integrar os quadros do PMDB, Jucá afirmou que seria uma honra ter o ministro no partido, porém a legislação eleitoral não permite mudanças.
Múcio é deputado federal licenciado pelo PTB de Pernambuco.
Jucá negou que o encontro com Lula visava discutir as recentes demissões de funcionários comissionados na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).
Desde que assumiu o comando da empresa, em dezembro de 2008, o brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva promoveu mudanças estatutárias, que resultaram na demissão de pelo menos 50 ocupantes de cargos em comissão, entre as quais estariam pessoas ligadas ao PMDB.
O senador afirmou que a empresa tem autonomia para tomar suas próprias decisões administrativas e cabe á direção responder por elas. “Em nenhum momento traria um assunto deste para o presidente.
Quem deve tratar disso é o presidente da Infraero e o ministro da Defesa [NELSON JOBIM]”, disse.
Romero Jucá assegurou que o PMDB não vai interceder em favor de nenhum dos demitidos. “Quem perdeu o cargo na Infraero deve procurar outro local para trabalhar.
A discussão do PMDB não é pautar qualquer cargo específico na relação política com o governo”.
Jucá afirmou que o motivo da reunião com Lula era discutir medidas provisórias em tramitação no Congresso, entre elas, uma sobre o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
O encontro com o ministro Nelson Jobim, que tinha agenda marcada com Lula, foi apenas uma “coincidência”, justificou o senador.