Em visita ao município de João Alfredo nesta segunda-feira (04/05), o governador Eduardo Campos revelou um pedido feito ao presidente Lula há cerca de 20 dias, quando esteve em Brasília.
Desonerar o IPVA dos proprietários de veículo do tipo Toyota Bandeirantes, amplamente utilizados no interior do estado para o transporte de passageiros.
Eduardo explicou que a medida visa corrigir uma injustiça com os proprietários desses veículos, que exercem um importante papel em diversas cidades pernambucanas. “Os donos de táxi não pagam IPVA.
Os proprietários de ônibus pagam apenas 50% e os toyoteiros não têm direito a nenhum desconto.
Vamos dar aos toyoteiros de placa vermelha (usados no transporte público de passageiros) o mesmo tratamento dado a estas outras categorias“, afirmou.
Os recursos arrecadados através do pagamento do IPVA são divididos entre a União, os governos estaduais e as prefeituras onde os carros foram emplacados.
Segundo dados do DETRAN e da Secretaria da Fazenda, existem cerca de oito mil veículos do gênero cadastrados no estado.
Destes, quase cinco mil estão irregulares por conta do alto valor do imposto.
A proposta já está sendo estudada e deve ser ampliada também para as motos.
A cobrança seria feita numa parcela única que deve ser inferior a R$ 100.
Para se ter uma ideia, uma Toyota 2001 (último ano de fabricação do modelo) chega a pagar cerca de R$ 850 de IPVA.
Em João Alfredo, terra famosa pela adaptação das caminhonetes, que ganham carroceria mais longa para que transportem mais pessoas, a notícia se espalhou rapidamente.
Gildo Benedito da Silva, proprietário de um modelo 1992, está pagando R$ 532 este ano para deixar seu veículo apto a rodar.
Casado e pai de três filhos, ele ganha cerca de R$ 800 por mês em média transportando passageiros do centro da cidade ao Sítio Jenipapo. “Só esse desconto vai valer metade do meu mês de trabalho”, comemorou, animado.
Já Adejaílson Caetano Barbosa é dono de um Bandeirantes 1989.
Este ano, vai gastar pouco menos de R$ 500 para legalizar seu carro “Só R$ 350 são do seguro obrigatório”, reclamou.
Ele disse que a economia gerada pela redução no imposto será investida na manutenção do veículo: “esse desconto já é um pneu que fura e muitas vezes a gente não tem condições de comprar outro”.