Veja no link Vitimização (Recife - 2009) Nesta quinta-feira (30), o Instituto Maurício de Nassau divulgou pesquisa sobre os números da violência na cidade do Recife.
Intitulada Vitimização no Recife, o levantamento traçou o perfil das vítimas de violência na capital pernambucana, além de caracterizar os crimes cometidos.
De acordo com os dados, 14,1% da população afirmaram ter sofrido assalto dentro da própria residência.
A pesquisa também mostra que 50,5% das vítimas não prestaram queixa contra o delinqüente, nesse tipo de investida.
A ocorrência de assaltos, nesse cenário, acontece, em 31,9% dos casos, durante a madrugada e 29,2% à noite.
Quando perguntados se a polícia deteve o assaltante, 64,8% afirmaram que não, contra 13%.
As investidas em via pública são praticadas em 50,6% dos casos.
Nesses, os objetos mais visados pelos assaltantes são os aparelhos celulares (30,3%), dinheiro (19,7%), carteira (14,5%), bolsa (13,5%), relógio (9,1%) e carro (4,9%).
Nesse caso, os assaltos foram mais freqüentes no período noturno (43,1%).
Em 58,9% das investidas, o assalto foi praticado com a utilização de arma de fogo.
Assim como no primeiro caso, mais da metade das vítimas não prestam queixa do assalto (55,8%) e os delinqüentes permanecem impunes (64,1%).
Quando perguntados se já tinham sido agredidos por alguma pessoa, 23,8% dos entrevistados disseram que sim.
Desses, 35,6% afirmaram que a agressão ocorreu dentro da própria residência, no período noturno (45,9%) e na maior parte dos casos (26,2%) praticada pelo marido ou companheiro.
Quanto a punição aos agressores, uma esmagadora maioria das vítimas (72,3%) prefere se cala e não denuncia o agressor que, conseqüentemente, não é punido (78,8%).
O perfil das pessoas assassinadas no Recife também foi traçado pela pesquisa.
Dos 64,3% entrevistados que afirmaram ter conhecido algum amigo, parente ou conhecido morto, 30,2% disseram que as vítimas conheciam o assassino e os motivos dos crimes são, em 21,7%, cometidos pelo envolvimento das vítimas com drogas. 17,7% são mortos em assaltos e 13% com o envolvimento em brigas.
A pesquisa também fez o ranking dos bairros mais violentos da capital pernambucana.
No topo da lista está o bairro de Casa Amarela (6,9%), seguindo de Boa Viagem (5,9%), Boa Vista (5,4%), Ibura e Cordeiro, com 3,9% cada.
Os que ficaram no fim da lista, com 1,5% cada um, foram os bairros da Mangueira, Jardim São Paulo, Derby, Santo Amaro, Prazeres e Nova Descoberta.
Os entrevistados se mostraram pouco confiantes nas ações da polícia no combate a criminalidade. 52,5% disseram que não acreditam que a força policial protege a população das investidas criminosas. 19,3% afirmaram que sim e 25,7% disseram que parcialmente.
Algumas perguntas polêmicas foram colocadas como a legalização da pena de morte e da prisão perpétua.
Na primeira pergunta, foram favoráveis a medida 37,8% dos recifenses e 32,1% disseram ser a favor apenas em alguns casos.
No caso da prisão perpétua, 56% também disseram que sim e 16% disseram que não.
No ranking das instituições que os recifenses mais confiam está a Igreja (22,5%), a Família (9,4%), a Polícia Militar (6,5%), o Governo (4,1%) e o Exército (3,6%).
As instituições menos confiáveis, de acordo com a opinião pública, são: a Justiça (0,7%), a Polícia Civil, Prefeitura, ONU e Aeronáutica, cada uma com 0,5% dos votos.
A pesquisa abrangeu a cidade do Recife e teve uma amostra de 815 entrevistas.
A coleta dos dados foi realizada nos dias 14 e 15 de abril.
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