O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Antonio Jordão, viajou a cidade de Petrolina, onde vai coordenar na noite desta quarta-feira (29), Assembléia Geral dos médicos do Hospital Dom Malan e do Trauma que estão num impasse com a Secretaria Municipal de Saúde.
Desde sábado (25), mais de 20 cirurgiões - gerais, pediátricos, vasculares e bucomaxilos - deixaram de compor o quadro de profissionais do HUT, interrompendo os serviços, porque os contratos firmados entre o município e as Cooperativas dos Médicos não foram renovados. “O clima é de expectativa para a reunião à noite, no auditório da Unimed de Petrolina, uma vez que desde começo de abril, ofícios foram enviados à Prefeitura, com cópia para a Promotoria de Justiça e para o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), alertando para o quadro da saúde pública, no entanto não houve resposta.
Nos bastidores dizem que a Secretaria de Saúde contratou quatro médicos de Salvador.
A Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde confirmou que os médicos em questão chegaram na madrugada de domingo passado e não são de Pernambuco, mas não soube informar se de fato eles são da capital baiana”.
Ao longo dos últimos quatro meses, a diretoria do Simepe vem discutindo com o prefeito Júlio Lossio e o secretário municipal de Saúde, José Mendes, uma série de demandas da pauta de reivindicações da campanha de negociação/2009, como por exemplo a remuneração de diarista, do plantonista, do plantonista do Samu, das gratificações e da produção médica.
De acordo com o presidente do Simepe, Antonio Jordão, a categoria não mais aceita a precarização e defende que a ampliação do financiamento da Saúde deve ser a solução. ”É preciso que o município invista mais de 15% do orçamento.
Há municípios que investem 25% e até 30%”, assinalou.
Os médicos de Petrolina estão recebendo notas de apoio e solidariedade de vários Sindicatos Médicos de todo o país, sobretudo, da Federação Nacional dos Médicos. “Mais uma vez, Pernambuco dá o exemplo e vai à luta".
O comentário é do presidente da entidade nacional, Paulo de Argollo Mendes, sobre o movimento organizado pelo Simepe em Petrolina, cuja crise na saúde atinge os hospitais Dom Malan e do Trauma por falta de financiamento e pela precarização do trabalho médico.