Vejam o que diz a Decisão da Justiça do Trabalho: Por sua vez, a Sra.

Julieta Cristina de Pontes, nos mesmos autos em comento (fls. 1187/1189), declarou: “(…) que estava à frente da presidência da Fundação Yapoatan, há aproximadamente 1 ano e meio, quando se tratou pela primeira vez sobre o acordo trabalhista que teria como beneficiária a Sra Solange Carneiro (…); que se recorda ter sido no dia 17 de janeiro do corrente ano na sede da fundação (…), que adentraram na sua sala as Sras.

Fernanda Casado, Elina Carneiro, Solange Carneiro, Maria Tenório e por fim Maria Sizenalda, ocasião em que a primeira, Fernanda Casado, teria lhe dito sobre uma ação trabalhista em torno da qual nada poderia ser feito a não ser a estipulação da forma de pagamento; que na ocasião não se recorda a declarante de ter ouvido falar do valor (…); que informa ter sido a Sra Fernanda Casado quem fez o uso da palavra embora tenham permanecido na sala como ouvintes as pessoas de Solange, Elina Carneiro, Maria Tenório (…); que teve a impressão de ter ouvido falar que a audiência trabalhista na qual efetivamente se firmou o acordo ocorreria na semana seguinte (…);que indagada se conhece a sra Fátima Paturi afirma que fora a mesma diretora de ensino da Fundação Yapoatan, afastada do cargo por ela própria, depoente, ocasião da “Campanha de Combate ao Nepotismo”, sendo a mesma sua cunhada (…); que atualmente a Sra Fátima Paturi não está trabalhando, embora a convite da Deputada Elina Carneiro, tenha trabalhado por pouco tempo na assembléia legislativa (…); que perguntada se a Sra Fernanda Casado era contumaz em não contestar as ações da fundação, respondeu que ouviu da própria que não caberia contestação, pois já havia sido julgado o caso (…); que naquele mesmo dia 17 a depoente foi comunicada de que a deputada Elina Carneiro estaria nas dependências da Fundação, procurando pela Drª Fernanda Casado e acredita ter se dirigido a sala desta (…); que informa ter a deputada Elina Carneiro visitado a sede da Fundação Yapoatan no dia 17 de janeiro para tratar sobre o processo trabalhista em comento indenização Solange Carneiro; que perguntada se em algum momento desconfiou de irregularidades no referido acordo, informou ter ficado “encasquetada” quando viu o valor de R$ 800.000,00 a ser pago como indenização, no município pobre como Jaboatão em que se fala da falta de dinheiro até para recuperar a torre da igreja da Muribeca, que custaria em média R$ 50.000,00 e se teve que recorrer a banco em seu tratando de filha do prefeito e da presença da deputada, achou por bem pedir um parecer a procuradoria geral do Município; que não pode afirmar com certeza, mas acredita que a deputada exerceu alguma ingerência sobre Fernanda Casado (…)”.

Entao, assevera a Juiza: “É visível, nestes depoimentos, a intenção da ex-presidente da Fundação “jogar” a culpa para a ex-procuradora do ente extinto, e vice-versa.

Importante ressaltar, entrementes, repise-se, é o fato de que a representante da Fundação tinha ciência do acordo, mas, quedou-se silente.

E, destes últimos depoimentos, parece que se beneficiou da conciliação, indiretamente, haja vista que a deputada Elina Carneiro – que parecia estar bastante interessada na demanda proposta pela irmã, embora não fizesse mais parte dos quadros da Fundação – concedeu um cargo para a cunhada da ex-presidente, Fátima Paturi, em seu gabinete”.