O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu, em audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, possíveis erros na Operação Castelo de Areia da Polícia Federal.

No entanto, negou a existência de qualquer viés político nas investigações de denúncias de crimes financeiros que teriam sido cometidos por diretores da construtora Camargo Correia.

Tarso Genro refutou a acusação de que a Polícia Federal atue como uma polícia política.

A prova, observou, é que o total dos inquéritos com relação a políticos e a partidos políticos não chega a 2%.

Mas admitiu a existência de supostos erros no curso das investigações da Operação Castelo de Areia, ao envolver nomes não somente de políticos de oposição, mas também de outros ligados ao governo.

O ministro e o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, se solidarizaram com o senador José Agripino (DEM-RN), citado como suposto beneficiário de doações irregulares para campanha eleitoral.

Agripino lembrou que tão logo soube do vazamento das informações, apresentou documentos comprovando que as doações foram feitas legalmente e direcionadas ao respectivo diretório regional.

Mas reconheceu que mesmo inocente, o vazamento à imprensa causou pesadas perdas para a sua imagem.

Por isso quis saber quem vazou as informações.

Luiz Fernando Corrêa disse que foi o juiz Fausto de Sanctis, responsável pelo inquérito, quem deflagrou o vazamento das informações, depois que decidiu encerrar o sigilo do inquérito, obedecendo a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão, disse Luiz Fernando Corrêa, fez com que os advogados das partes tivessem acesso aos autos. - A indignação do senador José Agripino também é nossa - resumiu o diretor-geral da Polícia Federal.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) criticou a exposição pública de pessoas presas pela Polícia Federal.

Tarso Genro concordou e condenou o que chamou de “prisões-espetáculos” por parte da PF.

Com Agência Senado