Do Blog de Josias de Souza Em carta endereçada a Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário do Senado, Luciana Cardoso pediu demissão.
Luciana é filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Recebia contracheque do Senado desde 2003.
Coisa de R$ 7,6 mensais.
Deveria despachar no gabinete do senador.
Mas não dava as caras.
Pilhada pela coluna da repórter Mônica Bergamo, Luciana vocalizou emendas que pioraram o soneto. “Trabalho mais em casa, na casa do senador.
Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando”.
Perguntou-se a Luciana se já havia entrado no gabinete de Heráclito.
E ela: “Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna”.
Na carta a Heráclito, Luciana anotou que decidiu se demitir para “evitar constrangimentos” ao pseudochefe.
A certa altura do texto, a filha de FHC escreve: “Sou testemunha de seus esforços para aprimorar a administração do Senado…” “…Por isso mesmo, não quero que pairem dúvidas sobre seus propósitos nem sobre minha conduta”.
Em verdade, o afastamento de Luciana livra de “constrangimentos”, além do senador, o pai da demissionária.
Dias antes de Luciana ganhar o noticiário na condição de servidora fantasma, FHC discursara na Associação Comercial de São Paulo.
Discorrera sobre um fenômeno que, na opinião dele, alastra-se sob Lula: a “cupinização” do Estado brasileiro.
Pela lógica, nada poderia deixar FHC mais contrafeito do que ver uma Cardoso na condição de xilófaga, a roer a bolsa da Viúva sem a contrapartida do suor.
Corre no TCU uma representação em que o representante do Ministério Público no Tribunal, Marinus Eduardo Marcico, pede a devolução do dinheiro que o Senado borrifou na conta bancária de Luciana Cardoso.