Por Augusto Coutinho Não podemos negar que é um deleite ouvir o líder do Governo, deputado Isaltino Nascimento (PT), defender o governo Eduardo Campos adotando a tática consagrada pelo inesquecível Rolando Lero: falar muito e dizer pouco.

E o pouco que diz é sempre no sentido de legitimar a inoperância de seu governo e, mesmo involuntariamente, mostrar o enorme abismo - tão grande quanto as crateras na PE- 160 (Jataúba/Santa Cruz do Capibaribe) e na PE 145 (Brejo/Caruaru) que há 1 ano e três meses penalizam o povo do Agreste - que separa o atual governo da gestão passada, que promoveu a maior revolução de infraestrutura já vista em Pernambuco.

Na tentativa de defender o indefensável, o líder do Governo termina por reforçar as críticas da oposição de que a atual gestão caracteriza-se pelo “oba, oba”.

Eis os fatos: os Democratas vão ao agreste e mostram que a duplicação de 52 km da BR-104, uma das maiores promessas de campanha do atual governo, nada mais é que um conjunto de placas.

E isso há já três anos – o mesmo tempo em que, por exemplo, o governo da União por Pernambuco já tinha concluído quase a totalidade da duplicação dos 130 km da BR-232.

Depois mostram como a população está penando para se locomover pelas PEs 160 e 145 por conta de crateras que já fizeram um aniversário e caminham a passos largos para o segundo.

E o que faz o líder do Governo?

Não só não responde o porquê de tanta inoperância como, na tentativa de dar um verniz favorável a seu governo, cita como exemplos obras que saíram do papel na gestão anterior. É inacreditavelmente divertido ver o deputado falar do estaleiro (cuja construção foi iniciada no governo passado), da Refinaria (cujo terreno foi doado pelo mesmo governo) e da tal “interiorização do desenvolvimento”.

Qual interiorização do desenvolvimento?

Só se for a da gestão passada, que duplicou a BR 232, ampliou em 40% da malha rodoviária do Estado, o programa de eletrificação rural que deixou 96% das propriedades eletrificadas, os 92% de abastecimento de água deixados no final de 2006, a rede Pernambuco Digital, que conectou o Estado inteiro à rede mundial de computadores, e o maior programa de recursos hídricos do Estado.

Só para ficar nesses pontos.

O resumo da ópera?

A sensação de que nós da oposição estamos no caminho certo em mostrar o descompasso entre a propaganda governamental e a realidade nas ruas.

Esse é o nosso objetivo.

Já com relação a mostrar a enorme diferença entre a revolução estrutural que fez a gestão passada e o bate-cabeça da atual gestão não é nem preciso.

O líder do governo se encarrega disso.

PS: Coutinho é líder da Oposição na Assembléia Legislativa e escreve com exclusividade no Blog de Jamildo sempre às segundas