Cirurgiões do Hospital de Urgências e Traumas (HUT) de Petrolina encerraram suas atividades neste sábado, depois de Assembléia Geral Extraordinária, realizada pela Cooperativa dos Médicos do Vale do São Francisco.

Mais de 20 cirurgiões - gerais, pediátricos, vasculares e bucomaxilos - deixarão de compor o quadro de profissionais do HUT.

Segundo o presidente da Cooperativa, Edvaldo Lopes, os serviços foram interrompidos porque os contratos firmados entre a Secretaria Municipal de Saúde de Petrolina (SMS) e a Cooperativas dos Médicos, que acabaram na sexta-feira (24), não foram renovados.

Desde o início de abril, ofícios foram enviados à SMS, com cópia para a Promotoria de Justiça e para o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), alertando para a atual situação, mas não houve resposta.

De acordo com informações extra-oficiais, a representação da secretaria não recebeu o presidente da Cooperativa para negociação e nem atende aos telefones.

Para os médicos, as portas estão fechadas para o entendimento. “Já procuramos o secretário de Saúde para tratarmos da renovação do contrato, mas fomos informados que os serviços do HUT foram terceirizados, passando a ser responsabilidade da Fundação Estatal Municipal de Saúde de Petrolina (Femsaúde), que por sua vez alegou não ter condições financeiras para realizar a renovação”, comentou Edvaldo Lopes.

Ainda de acordo com o presidente, há 9 anos os médicos prestam serviço ao município por meio da cooperativa e nunca houve necessidade de interromper as atividades.

Os profissionais esperam agora que a secretaria, como órgão máximo responsável pela saúde do município, entre em contato com a representação da Cooperativa para que o problema seja solucionado. “A classe médica garante que a intenção não é deixar a sociedade desasistida por causa do silêncio da SMS.

Entretanto, consideram impossível continuar prestando serviço com os salários atrasados e sem um vínculo legal com os profissionais.

Sentimos muito em deixar de prestar nossos serviços ao município, esse não é nosso objetivo, não queremos ver o caos se instalar na saúde de Petrolina.

Não estamos reivindicando aumento de salário, queremos apenas a legalidade dos serviços prestados pelos médicos”, explica o presidente da cooperativa.

O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) Antônio Jordão, disse que invés de resolver a situação de uma vez por todas, o prefeito Júlio Lóssio prefere a manutenção do regime ‘iníquo’ que hoje é dispensado aos médicos. “Ele ameaça trazer profissionais de outros estados (Bahia, Minas Gerais e Tocantins), pisa nos médicos, nega seus direitos sociais mais elementares.

Ele é insensível aos problemas dos médicos, porque não precisa da rede pública.

Mas, povo povo de Petrolina, precisa”, enfatizou.

No próximo dia 16 de junho, os contratos dos clínicos também estarão vencendo.

Caso não haja renovação, a cooperativa irá tomar a mesma postura adota em relação ao contrato dos cirurgiões.