Cirurgiões do Hospital de Urgências e Traumas (HUT) de Petrolina, Sertão do Estado, irão encerrar suas atividades no próximo sábado, dia 25 de abril, às 8h.

A decisão foi tomada ontem (23), em Assembléia Geral Extraordinária, realizada pela Cooperativa dos Médicos do Vale do São Francisco.

Mais de 20 cirurgiões - gerais, pediátricos, vasculares e bucomaxilos - deixarão de compor o quadro de profissionais do HUT.

Segundo o presidente da Cooperativa, Dr.

Edvaldo Lopes, os serviços serão interrompidos porque os contratos firmados entre a Secretaria Municipal de Saúde de Petrolina (SMS) e a Cooperativas dos Médicos, que acabam hoje (24), não foram renovados.

Desde o início de abril, ofícios foram enviados a SMS, com cópia para a Promotoria de Justiça e para o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), alertando para a atual situação, mas não houve resposta.

Conforme informações, a representação da secretaria não recebe o presidente da Cooperativa para negociação e nem atende aos telefones.

Para os médicos, as portas estão fechadas para o entendimento. “Já procuramos o Secretário de Saúde para tratarmos da renovação do contrato, mas fomos informados que os serviços do HUT foram terceirizados, passando a ser responsabilidade da Fundação Estatal Municipal de Saúde de Petrolina (FEMSAUDE), que por sua vez alegou não ter condições financeiras para realizar a renovação”, disse Dr.

Edvaldo Lopes.

Ainda de acordo com o presidente, há 9 anos os médicos prestam serviço ao município por meio da cooperativa e nunca houve necessidade de interromper as atividades.

Os profissionais esperam agora que a Secretária, como órgão máximo responsável pela saúde do município entre em contato com a representação da Cooperativa para que o problema seja solucionado.

A classe médica garante que a intenção não é deixar a sociedade desasistida por causa do silêncio da SMS.

Entretanto, consideram impossível continuar prestando serviço com os salários atrasados e sem um vínculo legal com os profissionais. “Sentimos muito em deixar de prestar nossos serviços ao município, esse não é nosso objetivo, não queremos ver o caos se instalar na saúde de Petrolina.

Não estamos reivindicando aumento de salário, queremos apenas a legalidade dos serviços prestados pelos médicos”, explica o presidente da cooperativa.

No próximo dia 16 de junho, os contratos dos clínicos também estarão vencendo.

Caso não acha renovação, a Cooperativa irá tomar a mesma postura adota em relação ao contrato dos cirurgiões.