Veja aqui.
Como começou a discussão: Gilmar Mendes - O tribunal pode aceitar ou rejeitar, mas não com o argumento de classe.
Isso faz parte de impopulismo juficial.
Joaquim Barbosa - Mas a sua tese deveria ter sido exposta em pratos limpos.
Nós deveríamos estar discutindo….
GM - Ela foi exposta em pratos limpos.
Eu não sonego informação.
Vossa Excelência me respeite.
Foi apontada em pratos limpos.
JB - Não se discutiu claramente.
GM - Se discutiu claramente e eu trouxe razão.
Talvez Vossa Excelência esteja faltando às sessões. […]Tanto é que Vossa Excelência não tinha votado.
Vossa Excelência faltou a sessão.
JB - Eu estava de licença, ministro.
GM - Vossa Excelência falta a sessão e depois vem…
JB - Eu estava de licença.
Vossa Excelência não leu aí.
Eu estava de licença do tribunal.
Neste ponto, a discussão é encerrada e os ministros começaram a julgar outra ação.
E foi retomada mais tarde com Mendes, na hora que proclamou o pedido de vista de Carlos Ayres Britto.
A sessão esquenta e só é encerrada depois que o ministro Marco Aurélio Mello interfere na discussão.
GM – Portanto, após o voto do relator que rejeitava os embargos, pediu vista o ministro Carlos Britto.
Eu só gostaria de lembrar em relação a esses embargos de declaração que esse julgamento iniciou-se em 17/03/2008 e os pressupostos todos foram explicitados, inclusive a fundamentação teórica.
Não houve, portanto, sonegação de informação.
JB – Eu não falei em sonegação de informação, ministro Gilmar.
O que eu disse: nós discutimos naquele caso anterior sem nos inteirarmos totalmente das conseqüências da decisão, quem seriam os beneficiários.
E é um absurdo, eu acho um absurdo.
GM – Quem votou sabia exatamente que se trata de pessoas…
JB – Só que a lei, ela tinha duas categorias.
GM – Se vossa excelência julga por classe, esse é um argumento…
JB – Eu sou atento às conseqüências da minha decisão, das minhas decisões.
Só isso.
GM – Vossa excelência não tem condições de dar lição a ninguém.
JB – E nem vossa excelência.
Vossa excelência me respeite, vossa excelência não tem condição alguma.
Vossa excelência está destruindo a justiça desse país e vem agora dar lição de moral em mim?
Saia a rua, ministro Gilmar.
Saia a rua, faz o que eu faço.
GM – Eu estou na rua, ministro Joaquim.
JB – Vossa excelência não está na rua não, vossa excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro. É isso.
Ayres Britto – Ministro Joaquim, vamos ponderar.
JB – Vossa excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar.
Respeite.
GM – Ministro Joaquim, vossa excelência me respeite.
Marco Aurélio – Presidente, vamos encerrar a sessão?
JB – Digo a mesma coisa.
Marco Aurélio – Eu creio que a discussão está descambando para um campo que não se coaduna com a liturgia do Supremo.
JB – Também acho.
Falei.
Fiz uma intervenção normal, regular.
Reação brutal, como sempre, veio de vossa excelência.
GM – Não.
Vossa excelência disse que eu faltei aos fatos e não é verdade.
JB – Não disse, não disse isso.
GM – Vossa excelência sabe bem que não se faz aqui nenhum relatório distorcido.
JB – Não disse.
O áudio está aí.
Eu simplesmente chamei a atenção da Corte para as consequências da decisão e vossa excelência veio com a sua tradicional gentileza e lhaneza.
GM – Aaaaah, é Vossa Excelência que dá lição de lhaneza ao Tribunal.
Está encerrada a sessão.