Do site Congresso em Foco Miami e Nova York, nos Estados Unidos.
Paris, na França.
Londres, na Inglaterra.
Milão e Roma, na Itália.
Bariloche e Buenos Aires, na Argentina.
Madri, na Espanha.
Frankfurt, na Alemanha.
Santiago, no Chile.
Montevidéu, no Uruguai.
Caracas, na Venezuela.
O que há em comum a essas 13 cidades?
Elas foram o destino de 1.887 voos internacionais pagos com a cota de passagens aéreas dos deputados no período de janeiro de 2007 a outubro de 2008, conforme levantamento feito pelo Congresso em Foco com base em registros fornecidos pelas companhias aéreas.
O dado mais surpreendente da pesquisa é o número de parlamentares que utilizaram sua cota para pagar voos ao exterior.
No período citado, 261 deputados – ou seja, 51% do total de 513 – fizeram isso, boa parte deles viajando em companhia de cônjuges ou familiares.
Lista resumida com a quantidade de voos de cada um, em ordem decrescente Lista completa, em ordem alfabética, com nome dos passageiros e destinos Como mostrou na segunda-feira (20) o Congresso em Foco, os registros das companhias aéreas permitiram identificar quem mais usou suas cotas da Câmara para pagar passagens com destino a outros países.
O grande destaque foi o deputado Dagoberto Nogueira (PDT-MS).
O tamanho do problema Processamento feito por este site indica que as viagens internacionais pagas com a cota parlamentar custaram à Câmara R$ 4.765.946,91, sendo R$ 3.021.557,98 nos bilhetes emitidos e mais R$ 1.744.388,93 com taxas de embarque.
O tamanho do problema deve ser medido menos por cifras do que pelo seu alastramento.
Assim como a lista dos líderes que também utilizaram a cota para viajar ao exterior, divulgada pelo Congresso em Foco no último sábado, os 261 deputados listados agora mostram que o uso controvertido da cota é suprapartidário.
Comum a deputados de esquerda e de direita, das bancadas do governo e da oposição.
No entanto, as circunstâncias em que os voos ocorreram, e as explicações apresentadas, variam muito.
Os dados hoje revelados pelo Congresso em Foco também colocam em xeque a tese defendida no domingo (19) pelo presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), de que os problemas com as passagens aéreas se restringiriam a uns poucos deputados.
Cobrado por empresários sobre o mau uso do dinheiro público, durante o Fórum Empresarial, que reuniu 320 altos executivos brasileiros na ilha de Comandatuba, no sul da Bahia, ele afirmou, segundo a Agência Estado: “Os equívocos são 10, 12, 15 casos entre 513 deputados e 81 senadores, e não podem ser encarados como regra”.
Como se vê, ao contrário do que imaginava o presidente da Câmara, o tamanho do problema é outro.
O próprio Temer, como revelou o Congresso em Foco, usou a cota para viajar a passeio com a família para a cidade de Porto Seguro, no litoral da Bahia.
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