Na Folha Online Daniel Dantas, sócio-fundador do Grupo Opportunity, afirmou nesta quinta-feira (16) à CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara dos Deputados que obteve informações de que foi alvo de grampos ilegais. “Eu fui vítima”, disse o banqueiro, que afirmou ainda que as escutas feitas pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, foram ilegais. “Eu tenho informações de que sim [fui espionado].

Não posso precisar de quem ou o quê.

Mas tenho informações de que sim.

E tenho informações de que na Satiagraha os grampos que foram feitos foram ilegais”, afirmou Dantas.

Escutas ilegais, em sua concepção, são as realizadas sem autorização judicial.

O banqueiro refere-se à operação na qual foi preso, conduzida pelo delegado Protógenes Queiroz contra um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro e deflagrada no dia 8 de julho de 2008 pela Polícia Federal.

Também foram presos o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o investidor Naji Nahas e outras 14 pessoas. “O senhor Protógenes grampeou todos os nossos telefones, seja de forma ilegal ou não.

Ele quer se colocar de vítima na situação porque está considerando cômodo, mas não tem provas”, disse Dantas, sobre as afirmações do delegado em seu depoimento na última quarta (8) à CPI.

Protógenes disse ainda que “o banqueiro condenado Daniel Dantas mantém em seus arquivos dados pormenorizados de indivíduos, de pessoas jurídicas, de comportamentos e talvez até de hábitos de algumas pessoas nessa República”.

Dantas negou a acusação.

A Satiagraha encontrou indícios de que Dantas teve acesso e foi beneficiado por escutas ilegais da agência Kroll.

Dantas é acusado de ter contratado a empresa americana para realizar espionagem durante a venda da Brasil Telecom.

Nesta quinta, o banqueiro negou as acusações.

Segundo ele, a Kroll tinha contrato com a Brasil Telecom nos anos 90 e, posteriormente, com a Telecom Itália, mas não em seu benefício.

A Kroll também nega as imputações.

Tentativa de suborno Sobre sua relação com dois acusados de tentar subornar um delegado da Polícia Federal para supostamente livrá-lo da Satiagraha, Dantas afirmou: “Humberto Braz foi presidente da Brasil Telecom até 2005 e depois prestou consultoria e assessoria para alguma de nossas empresas”.

Já sobre Hugo Chicaroni, disse: “Eu não tenho relação alguma.”