O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), em audiência na Câmara na quarta-feira, 15 de abril, que a crise econômica “é o momento ideal para o Brasil retomar a agenda de reformas estruturantes”.

Monteiro Neto acompanhou no gabinete de Temer o presidente do Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE), o ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, assim como fizera na terça-feira, 14 de abril, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Estava presente também na Câmara o presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), Humberto Barbato.

Reis Velloso entregou a Mantega e ao presidente da Câmara o documento Plano de Ação Contra a Crise, com propostas justamente de medidas estruturantes para ao mesmo tempo superar a crise e tornar a economia brasileira mais competitiva.

O documento, subscrito por mais de 50 lideranças empresariais e que deve ser divulgado oficialmente nesta quinta-feira, 16 de abril, em São Paulo e no Rio de Janeiro, propõe transformar a crise em oportunidade.

Uma das suas várias sugestões é a de investir pesadamente nas reservas do pré-sal – o petróleo encontrado em alta profundidade – para alavancar a posição do Brasil entre as maiores economias do mundo.

O presidente da CNI, que integrou o comitê responsável pela elaboração do documento, iniciada em fevereiro último, mencionou ao presidente da Câmara duas máximas de grandes empresários americanos: “Nós decidimos não participar dessa crise “ (Sam Walton, fundador da rede Wal Mart ) e “Seria terrível se nós perdêssemos essa crise “.

Citando a lembrança de Monteiro Neto, Temer, ao pregar a adoção de medidas estruturais, repetiu as frases, dez minutos depois, na audiência pública que as comissões especiais da Câmara de acompanhamento da crise realizaram com o ministro da Fazenda.