Será que você já ouviu falar do Posto do Curió em Dois Unidos?

Talvez sim, talvez não.

O Simepe e o Cremepe visitaram na semana passada a Unidade de Saúde da Família, localizada na comunidade do Curió/Dois Unidos, Zona Norte do Recife e mais uma vez registrou o que considera como péssimas condições de trabalho e atendimento. “A equipe do PSF e pacientes sofrem na pele a falta de atenção dos gestores municipais”.

A unidade é pequena, quente, com espaço físico inadequado, banheiro único para usuário e funcionário – masculino/feminino.

O computador disponibilizada pelo Ministério da Saúde (MS) foi recolhido pela Prefeitura, segundo informações de funcionários.

A sala de esterilização mistura material sujo e limpo; a estufa foi retirada para outro posto, o que obriga os funcionários a ficarem correndo atrás de material esterilizado.

A sala de curativos é inadequada, só tem o ”lava-pés”.

Por incrível que pareça o PSF do Curió não dispõe de assistência odontológica.

O espaço com melhor organização encontrado no posto é da farmácia.

Apesar de que os remédios são insuficientes e, na maior parte do tempo estão, em falta.

A profissional médica reclama da não liberação para a educação continuada.

Dessa forma, não mais freqüentou congressos ou fez cursos, mesmo pagando do próprio bolso, porque não é liberada pela atual gestão.

A acessibilidade ao posto é precária, a rampa está destruída.

As instalações elétricas preocupam por falta de manutenção.

O material de higiene e limpeza é armazenado no chão do quarto que divide espaço com a sala de arquivo.

A copa é estreita, sem ventilação, sem azulejo, com vários pontos de mofo e ferrugem que também estão no mobiliário da unidade.

Em frente ao posto corre um esgoto à céu aberto e nos dias de chuva transborda chegando a água até a porta principal do PSF.

O desempenho da profissional que, apesar das limitações e precariedades, consegue fazer reuniões com grupos de diabéticos, hipertensos, gestantes, entre outros, em uma casa “Espaço Curió” mantida pela própria. “Afinal de contas que atenção básica a população do Recife merece?”, questionam as entidades.